
Bras�lia - Numa contraofensiva aos partidos de oposi��o, integrantes da base aliada do governo pretendem apresentar na C�mara pedido de amplia��o das investiga��es da CPI da Petrobras para fatos ocorridos no per�odo do governo de Fernando Henrique Cardoso. A iniciativa tem como base a dela��o premiada do ex-gerente de Servi�os da estatal Pedro Barusco. Em depoimento no �mbito da Lava-Jato, Barusco diz que recebeu propina desde 1997.
No �ltimo dia 4 de fevereiro, o presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), autorizou a instala��o da CPI proposta por integrantes da oposi��o para investigar desvios ocorridos na Petrobras entre os anos de 2005 e 2015. O colegiado deve iniciar as atividades ap�s o per�odo do carnaval.
"J� est� pronto. Temos assinaturas suficientes para estender a CPI da Petrobras para o per�odo de Fernando Henrique. Na instala��o da CPI vamos apresentar o pedido do adendo", afirmou o l�der do PT na C�mara, Sib� Machado (AC).
Segundo ele, o pedido de amplia��o do per�odo de investiga��o na CPI s� n�o ser� apresentado se o PT obtiver "respostas positivas" das a��es encaminhadas � Pol�cia Federal e ao Minist�rio P�blico Federal. O partido contesta que as investiga��es da Lava-Jato que, segundo sua vis�o, se restringiram aos governos Luiz In�cio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
"Dependendo das respostas do Minist�rio da Justi�a, da Pol�cia Federal e do Minist�rio P�blico n�o precisamos de aditivo na CPI, ele morre", afirmou Sib�. Em entrevista realizada ontem, o presidente nacional do partido, Rui Falc�o, anunciou medidas contra a for�a-tarefa da Opera��o Lava-Jato e contra delatores do esquema. O partido pede que ind�cios de corrup��o no governo do PSDB tamb�m sejam investigados.
Segundo o l�der do PT, a ofensiva na C�mara tamb�m tem como objetivo evitar o uso pol�tico da CPI por parte dos opositores. "N�o queremos que essa CPI tome de conta do plen�rio. A oposi��o tem que entender que n�o vai parar o Pa�s por conta dessa CPI, n�o vamos topar. Vamos fazer da CPI o que ela � obrigada a fazer, mas n�o fazer dela uma contamina��o para dentro do plen�rio", ressaltou Sib�.
Conex�o
Procurado, o l�der do PSDB na C�mara, Carlos Sampaio (SP), alegou que n�o h� conex�o dos fatos investigados pela for�a tarefa da Lava-Jato e o pagamento de propina ocorrido desde 1997 na Petrobras, relatado por Barusco no depoimento.
"Um adendo � CPI � poss�vel �nica e exclusivamente se evidenciando que s�o fatos conexos. Evidente que n�o h� conex�o, basta a pessoa conhecer o processo. As decis�es do Supremo Tribunal Federal s�o claras, tem que haver conex�o. E se o juiz da causa n�o entendeu que havia conex�o, s� falta o PT achar que tem", rebateu o tucano.
O l�der de oposi��o defendeu, entretanto, que Barusco seja ouvido no colegiado para dar esclarecimentos sobre os supostos desvios ocorridos no per�odo do governo de FHC.
"Se ele disser que esse esquema investigado pela Pol�cia Federal e o Minist�rio P�blico era o mesmo da �poca do Fernando Henrique Cardoso, nenhum problema, vamos investigar tamb�m na CPI", ressaltou.
O tucano ironizou, entretanto, a estrat�gia dos petistas de apresentar um pedido de investiga��o na CPI e recorrer aos �rg�os investigativos tendo como base o depoimento de Barusco.
"O que � mais importante nisso tudo � que quando eles credibilizam o que o Pedro Barusco disse, eles confirmam que os 200 milh�es de d�lares foram para a conta do PT. Isso me deixa muito feliz", disse.
No depoimento prestado � for�a-tarefa da Lava-Jato, o ex-diretor da Petrobras afirmou que o PT arrecadou at� US$ 200 milh�es em propinas por meio do esquema de corrup��o e cartel na estatal.