
A for�a-tarefa do Minist�rio P�blico Federal quer saber do novo delator da Opera��o Lava Jato, o engenheiro Shinko Nakandakari - apontado como carregador de malas de dinheiro na Petrobras - informa��es detalhadas sobre a arrecada��o de propinas pelo ex-diretor de Servi�os Renato Duque e pelo tesoureiro do PT, Jo�o Vaccari Neto, em contratos da Diretoria de Energia e G�s, entre 2008 e 2013.
A diretoria - comandada pela ex-presidente da estatal Gra�a Foster de 2007 a 2012 - teria sido o canal de arrecada��o de dinheiro il�cito em quatro contratos intermediados por Nakandakari, em nome da Galv�o Engenharia, uma das 16 empreiteiras do cartel alvo da Lava Jato. A nova ofensiva da Lava Jato, agora colocando na mira a Diretoria de G�s e Energia, n�o significa que Gra�a Foster est� sob suspeita. Mas contratos firmados em sua gest�o nessa unidade ser�o rastreados.
"A Galv�o Engenharia manteve seis contratos, isolada ou em cons�rcio, em que Shinko operou, sendo dois na �rea de Abastecimento e quatro na �rea de G�s e Energia, cujo valor total aproximado foi de R$ 2,6 bilh�es, com in�cio em 2008 at� 2013, afirmou o ex-gerente de Engenharia da estatal Pedro Barusco, em sua dela��o premiada.
Novo alvo da Lava Jato, Nakandakari come�ou a ser ouvido pela for�a-tarefa na tentativa de fechar um acordo de dela��o premiada, em que confesse seus crimes e ainda revele novos fatos para as investiga��es, em troca da redu��o de pena em eventual a��o criminal.
Segundo Barusco - que era bra�o direito de Duque e amigo de Nakandakari -, o operador da Diretoria de Servi�os chegou a acordar o pagamento de R$ 6 milh�es a R$ 8 milh�es no �mbito dos seis contratos, sendo que uma parte desse montante n�o chegou a ser efetivamente entregue.
R$ 200 milh�es
"As propinas foram pagas por Shinko em esp�cie", afirmou Barusco. "De um modo geral, o pagamento de propinas nesses contratos obedeceu a regra", que segundo ele, previa pagamento de 1% a 2% do valor dos contratos. "Metade era para o Partido dos Trabalhadores, representado por Jo�o Vaccari Neto, e a outra metade era para a 'Casa'", explicou Barusco.
Por fazer os contratos, a Diretoria de Servi�os arrecadava nas demais diretorias da estatal, segundo confessaram Barusco e o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa. A Lava Jato n�o tem informa��es sobre o envolvimento de Gra�a ou outro diretor da �rea de Energia e G�s no esquema, mas vai buscar aprofundar as investiga��es nessa �rea.
Segundo afirmou Barusco, "quando os contratos envolviam a Diretoria de G�s e Energia, cujo diretor inicialmente era Ildo Sauer e depois Maria das Gra�as Foster" os valores iam para o PT e para ele e Duque. Barusco afirmou que Vaccari arrecadou at� US$ 200 milh�es em propinas para o PT.
Questionado pelos investigadores da Lava Jato se Gra�a Foster e Sauer tinham conhecimento desses pagamentos, o ex-gerente de Engenharia afirmou que "n�o havia espa�o para conversar essas coisas" com os dois ex-diretores."Se sabiam, conservaram isso para si", acrescentou Barusco.
O delator apontou ainda cinco obras como as principais envolvendo a Diretoria de G�s e Energia, em que Renato Duque teria arrecadado propina. S�o elas: Gasoduto Gastau, Gasoduto Urucu-Coari-Manaus, Gasoduto Cabi�nas-Reduc (Gasduc), Gasoduto Cacimbas-Catu (Gascac) e em piers de G�s Natural Liquefeito (GNL).
Gra�a Foster deixou a presid�ncia da Petrobras na semana passada, em meio a mais explosiva crise da hist�ria da estatal petrol�fera, ap�s reuni�o com a presidente Dilma Rousseff. A ex-presidente da Petrobras nega envolvimento com atos il�citos na estatal. O PT nega ter recebido US$ 200 milh�es em propinas. Jo�o Vaccari, em depoimento � Pol�cia Federal em S�o Paulo, na semana passada, negou ter arrecadado propinas para seu partido.