S�o Paulo e Curitiba, 12 - A Pol�cia Federal investiga se o tesoureiro do PT, Jo�o Vaccari Neto, recebeu do doleiro Alberto Youssef - alvo central da Opera��o Lava Jato - cerca de R$ 400 mil usando como emiss�ria sua cunhada Marice Corr�a Lima. Em depoimento prestado no dia 5, em S�o Paulo - quando foi deflagrada a nova fase da Lava Jato, batizada de Opera��o My Way -, Vaccari foi questionado pelos delegados da PF se a cunhada foi usada como "courrier" para o recebimento de valores de propina na Petrobras.
"Marice nunca prestou servi�o de courrier", afirmou Vaccari, segundo registro da PF. "Tampouco recebeu R$ 400 mil em esp�cie de Alberto Youssef."
Vaccari foi um dos 11 acusados de serem operadores de propina na Petrobras, via ex-diretor de Servi�os Renato Duque. Todos foram conduzidos coercitivamente � PF para prestar esclarecimentos no dia 5. O tesoureiro do PT falou por cerca de tr�s horas e negou a acusa��o do doleiro, em sua dela��o, de a cunhada ter recebido R$ 400 mil em seu nome.
"N�o confirma a declara��o prestada por Alberto Youssef, onde esse teria afirmado que Marice seria (sua) emiss�ria", registrou a PF.
Em novembro, a cunhada de Vaccari tamb�m foi levada coercitivamente para depor na PF, depois de intercepta��o telef�nica indicar a entrega de valores de uma das construtoras do cartel alvo da Lava Jato, em seu endere�o, em S�o Paulo. O ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa e o ex-gerente de Engenharia Pedro Barusco - outros dois delatores da Lava Jato - revelaram � PF que Vaccari era o elo do PT com o esquema de arrecada��o de propina que variava de 1% a 3% em contratos bilion�rios da Petrobras, desde 2003.
O tesoureiro do PT negou no depoimento � PF a informa��o do ex-diretor de Abastecimento. Disse n�o ter recebido 2% dessa "propina" nos contratos da Petrobras.
PT
Vaccari foi citado em outubro pelos dois primeiros delatores da Lava Jato - Costa e Youssef - como contato do PT na Diretoria de Servi�os para arrecada��o de propina. Em novembro, seu nome voltou a ser apontado pelo ex-gerente de Engenharia Pedro Barusco como elo do partido no esquema.
Segundo Barusco, Vaccari operou a arrecada��o de at� US$ 200 milh�es em propina na Petrobras entre 2003 e 2013. A dela��o do ex-gerente de Engenharia - bra�o direito de Duque, na �poca - serviu de base para a nona fase da opera��o Lava Jato, deflagrada h� uma semana.
Vaccari foi perguntado pelos delegados sobre esses valores. Em resposta, o tesoureiro disse "nunca ter recebido, em nome do Partido dos Trabalhadores, o valor aproximado de US$ 150 a 200 milh�es de 'propina' �proveniente de 90 contratos firmados com a Petrobras".
Para os investigadores, Duque era o diretor colocado pelo PT para efetivar a arrecada��o de propina entre as 16 empresas do cartel que se organizou para afastar concorr�ncia nas contrata��es da Petrobras. Vaccari afirmou que todas as contribui��es obtidas por ele para o partido "foram absolutamente dentro da lei".
Ontem, o presidente nacional do PT, Rui Falc�o, afirmou que vai acionar na Justi�a o ex-gerente de Engenharia pelas afirma��es de que o partido arrecadou at� US$ 200 milh�es em propina durante dez anos, em cerca de 90 contratos da Petrobras.