Modena, 13 - A vit�ria do Brasil nos tribunais italianos no processo de extradi��o do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato teve um pre�o: R$ 220 mil, apenas em advogados e tradu��o de documentos. Dados oficiais da Advocacia-Geral da Uni�o (AGU) e da Procuradoria-Geral da Rep�blica apontam que os gastos envolveram os honor�rios de escrit�rios italianos que representaram o Brasil no caso, al�m de documenta��es.
Nessa quinta-feira, 12, a Justi�a italiana autorizou a volta de Pizzolato, condenado por envolvimento no mensal�o, ao Brasil, mas a decis�o final cabe ao governo do pa�s. Se Pizzolato foi extraditado, tanto a AGU como o Minist�rio P�blico j� planejam repassar a conta ao condenado, que ter� de reembolsar os custos de sua fuga aos cofres p�blicos. Isso, segundo fontes em Bras�lia, j� estava previsto quando o processo come�ou. Cabe ao governo brasileiro decidir se cobra ou n�o o pagamento.
Pizzolato ainda precisa pagar seu pr�prio advogado, Alessandro Sivelli, indicado pela fam�lia Ferrari na regi�o de Modena e um dos mais caros da regi�o.
Outro custo importante para o Brasil foi a da tradu��o dos documentos do processo do mensal�o, pe�a fundamental para que o Tribunal de Bolonha avaliasse o caso. Se todo o processo do STF fosse traduzido, a conta chegaria a mais de R$ 400 mil.
Mas o Minist�rio P�blico brasileiro conseguiu convencer o MP italiano de que precisavam apenas dos trechos que tratavam de Pizzolato. Com isso, a conta com a tradu��o caiu para R$ 20 mil. Isso n�o impediu que Rodrigo Janot, procurador-geral da Rep�blica, tivesse de arrega�ar as mangas ao lado de seus assessores que falam italiano para corrigir o trabalho feito pelos tradutores e escrever a m�o trechos inteiros do processo, �s v�speras do prazo de entrega.
Nesse total de quase R$ 220 mil, n�o se inclui as diversas viagens realizadas por procuradores brasileiros para a It�lia para negociar contratos, afinar posi��es e mesmo para defender a causa.
Quem representou o Brasil no caso foi o escrit�rio de Miqueli Gentiloni. Para cada etapa do processo, seu pre�o era de 25 mil euros. At� esta semana, quando a Corte de Cassa��o concluiu o processo em Roma determinando a extradi��o de Pizzolato, a conta chegava a quase 60 mil euros, R$ 194 mil reais. Ao jornal O Estado de S. Paulo, Gentiloni declarou nesta sexta-feira, 13, que estava "muito satisfeito" com o resultado e que passaria "um �timo carnaval".
Ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, Pizzolato foi condenado a 12 anos e sete meses de pris�o. Mas, h� um ano e cinco meses, fugiu do Pa�s com um passaporte falso e declarou que confiava que a Justi�a italiana n�o faria um processo pol�tico contra ele, como acusa a Justi�a brasileira de ter realizado. Em primeira inst�ncia, a Corte de Bolonha negou sua extradi��o argumentando que as pris�es brasileiras n�o tem condi��es de receb�-lo.
Ao sair da pris�o, o ex-diretor declarou que havia fugido para "salvar sua vida" e elogiou a Justi�a italiana por "n�o ceder aos interesses da imprensa". Ap�s a Corte de Cassa��o reverter a decis�o, Pizzolato voltou para pris�o, em Modena.