S�o Paulo e Curitiba, 13 - O ex-gerente de Engenharia da Petrobras Pedro Barusco, que fechou acordo de dela��o premiada no �mbito da Opera��o Lava Jato, entregou � Justi�a registro da contabilidade de US$ 4,5 milh�es referente a propina do tesoureiro do PT, Jo�o Vaccari Neto. Barusco afirmou em depoimento � Pol�cia Federal, no dia 20 de novembro de 2014, que Vaccari � identificado pela sigla "Moch", que significa mochila.
Segundo o delator, a sigla foi criada porque "quase sempre presenciava Jo�o Vaccari usando uma mochila". No dia 5, quando foi alvo da nona fase da Lava Jato, a My Way, o tesoureiro estava com a mochila. Nela, policiais federais encontraram um caderno, em branco, e uma agenda pequena com poucas anota��es.
Os US$ 4,5 milh�es referentes a Vaccari entraram para a contabilidade de Barusco a partir de 2013, segundo ele, quando passou a registrar os valores arrecadados com estaleiros em contratos de navios-sondas. A quantia do tesoureiro do PT seria de pagamentos do Keppel Fels, de Singapura.
Segundo registro da Pol�cia Federal, quando Barusco come�ou a "contabilizar o pagamento de propinas referentes a Keppel Fels, verificou que Jo�o Vaccari j� havia recebido at� aquela data" o valor de US$ 4.523.000.
Dados
Bra�o direito do ex-diretor de Servi�os Renato Duque - principal canal do PT, via Vaccari, no esquema de corrup��o -, Barusco lan�ava em seu computador dados relativos a cada contrato, incluindo datas, valores dos neg�cios e quanto cabia a cada benefici�rio da m�quina de propinas. Na mesma planilha de contabilidade est�o registrados valores de Duque - indicado ao cargo pelo ex-ministro Jos� Dirceu. A sigla para o ex-diretor era "MW" - refer�ncia � My Way, can��o gravada por Frank Sinatra usada por Barusco para tratar do ex-chefe.
Barusco operava a contabilidade da propina na diretoria, segundo confessou. Por meio da �rea de Servi�os, o PT arrecadava de 1% a 2% de propina em contratos das demais diretorias da Petrobr�s. As diretorias de Abastecimento e Internacional seriam cotas do PP e do PMDB na estatal.
Vaccari nega veementemente que tenha recebido qualquer quantia em dinheiro fruto de propina. Em nota, na semana passada, ele diz que "esclareceu (� PF), em especial, que enquanto secret�rio de Finan�as do PT jamais recebeu dinheiro em esp�cie". "Todas as contribui��es ao partido, vindas pela Secretaria de Finan�as por mim, foram absolutamente dentro da lei."