Juliana Cipriani
Em apenas 16 dias de fevereiro, o volume acumulado das chuvas foi suficiente para superar a m�dia hist�rica para o m�s no Sistema Cantareira, que abastece 6,2 milh�es de pessoas na Grande S�o Paulo. Foram registrados 206,1 mil�metros (mm), quando o esperado para todo o m�s era de 199,1mm. A alta ocorre depois de 10 meses sem chuvas acima da m�dia e fez o sistema subir 0,5 ponto percentual, atingindo 7,8%, segundo dados da Companhia de Saneamento B�sico do Estado de S�o Paulo (Sabesp). No domingo, o volume de �gua do sistema representava 7,3% da sua capacidade total, j� incluindo a segunda cota do volume morto.
Apesar de ainda apresentar n�veis cr�ticos, o sistema est� em eleva��o desde o dia 5. A maior precipita��o ocorreu entre domingo e segunda-feira, com um registro de 42,6mm. De acordo com a Sabesp, o Alto Tiet� tamb�m apresenta um acumulado de chuvas superior � m�dia para o m�s (197,3mm, quando o esperado era 192mm), o que fez com que seu reservat�rio chegasse ontem a 14,6% da capacidade – at� domingo era 14,1%. O �ndice foi inflado pelas chuvas das �ltimas 24 horas, que chegaram a 24,1mm.
Tamb�m houve acr�scimo nos outros mananciais que abastecem a Regi�o Metropolitana de S�o Paulo, embora no caso deles a chuva n�o tenha superado a m�dia hist�rica. O sistema Guarapiranga subiu 0,2 ponto percentual, passando de 55% para 55,2%, o Alto Cotia foi de 34.2% para 34,5% e o Rio Claro de 31,9% para 81,7%.J� o Rio Grande subiu de 80,2% para 80,7%. Na sexta-feira, o governo de S�o Paulo divulgou que n�o descarta rod�zio de �gua. Tamb�m informou que vai criar um plano de conting�ncia caso seja necess�rio adotar o racionamento.
Aten��o Ontem, as chuvas que atingiram a capital paulista � tarde deixaram algumas regi�es da cidade em estado de aten��o. �s 18h46, as zonas Oeste, Sudeste e Marginal Pinheiros registravam risco de alagamentos, de acordo com o Centro de Gerenciamento de Emerg�ncia (CGE). Chovia forte na Lapa, em Pinheiros, no Butant�, Campo Limpo, em Santo Amaro, Cidade Ademar, no Jabaquara, na Vila Mariana e no Ipiranga. Segundo o metr�, �s 19h20, por conta das chuvas, os trens da Linha 5 – Lil�s, circulavam com velocidade reduzida entre as esta��es Cap�o Redondo e Adolfo Pinheiro.
Hoje e amanh�, o tempo segue inst�vel, com muita nebulosidade e per�odos com chuvas que variam de moderada a forte intensidade, ainda de acordo com o CGE. As temperaturas oscilam entre a m�nima de 18 graus e a m�xima de 27graus. A umidade relativa do ar continua acima dos 60%.
Racionamento Apesar de as chuvas terem aumentado, o risco de o Brasil ser obrigado a racionar energia em 2015 cresceu por causa do fraco volume registrado entre o fim de janeiro e o in�cio de fevereiro. De acordo com proje��es da consultoria PSR, para n�o haver restri��o de energia � preciso que as chuvas aumentem consideravelmente at� abril. “O primeiro m�s est� fraco. Por isso precisaremos de muita chuva nos meses de mar�o e abril”, afirmou o diretor Marco Ant�nio Siqueira, da PSR.
Segundo o instituto, se a chuva acumulada entre fevereiro e abril ficar em 70% da m�dia hist�rica para o per�odo, o racionamento ser� inevit�vel. Dados recentes do Operador Nacional do Sistema (ONS) el�trico indicam que isso est� muito pr�ximo de ocorrer, j� que a previs�o � que elas fiquem em 51%.
O risco de haver um racionamento em 2015, que era de 40% no final do ano passado, segundo Siqueira, est� atualmente em 58%. A energia natural afluente (ENA) na Regi�o Sudeste/Centro-Oeste, a mais importante do pa�s em termos de armazenagem, est� em 44% em fevereiro. Segundo a consultoria, para evitar o racionamento, o n�vel dos reservat�rios precisa chegar a mais de 40% da capacidade de armazenamento at� o fim de abril. A meta permitiria ao Brasil superar o per�odo seco e chegar at� o fim do ano com uma marca equivalente a 15% da capacidade.
Siqueira afirmou que o cen�rio preocupante j� era conhecido desde o in�cio do ano passado, quando o per�odo �mido registrou volume de chuvas muito abaixo da m�dia. Naquele momento, o governo federal deveria ter incentivado medidas de efici�ncia energ�tica a partir de um corte de 4% no fornecimento el�trico. Com a demora em anunciar medidas para redu��o de consumo, segundo Siqueira, mesmo esse percentual agora pode ser insuficiente. “A quest�o � que n�o temos mais tempo a perder. Se adiar mais um, dois, tr�s meses, o governo aumenta o buraco”. (Com ag�ncias)