
Bras�lia – Parlamentares do PT preocupados com a falta de tr�nsito do governo no Congresso Nacional t�m uma certeza: ser� necess�rio abrir para outros partidos maior participa��o em empresas estatais e, sobretudo, nos bancos p�blicos. A Presid�ncia do Banco do Brasil (BB) j� est� resolvida com a promo��o, h� duas semanas, do vice-presidente de Neg�cios do Varejo, Alexandre Abreu, um funcion�rio de carreira. A da Caixa Econ�mica ficar�, a partir do pr�ximo dia 23, com a ex-ministra do Planejamento Miriam Belchior.
Ele acrescenta que o PMDB est� extremamente forte no Congresso, n�o s� na C�mara, onde o ent�o l�der do partido, Eduardo Cunha (RJ), venceu a elei��o para a Presid�ncia, mas tamb�m no Senado, com a recondu��o de Renan Calheiros (AL) � cadeira. O partido apresentou sua fatura. O vice-presidente da Rep�blica, Michel Temer, convidou Cunha e Renan para jantar no dia seguinte �s elei��es para as mesas da C�mara e do Senado em sua resid�ncia oficial, o Pal�cio do Jaburu. Tamb�m compareceram outros nomes de peso do partido, incluindo o ex-presidente Jos� Sarney, que deixou claro no pleito do ano passado o voto no tucano A�cio Neves.
“O partido quer uma participa��o maior no governo, � altura de sua representa��o. Se n�o tivermos isso, vamos rever a nossa rela��o com o PT”, argumenta um de seus l�deres. Por revis�o, entenda-se criar dificuldades para a aprova��o de projetos a favor do governo e facilidades para emplacar o que vai contra a vontade do Executivo. Essas duas armas ser�o inevitavelmente usadas, o que ainda se discute � com que frequ�ncia e intensidade.
Os peemedebistas est�o ressentidos n�o apenas por n�o terem seu quinh�o ampliado, mas pelo que consideram um esfor�o de reduzi-lo. Na reforma presidencial, pelas contas do partido, eles acabaram com pastas que t�m apenas R$ 5 bilh�es em investimentos anuais, item or�ament�rio que resulta em obras, que s�o ao mesmo tempo vitrine eleitoral e oportunidades para se aproximar de financiadores de campanha. O PR, que tem a pasta dos Transportes, tem R$ 7 bilh�es por essa conta. O PSD, s� no Minist�rio das Cidades tem R$ 16 bilh�es. O Planalto sonha, ali�s, em unir os dois partidos, para criar uma for�a parlamentar e eleitoral de grande escala, que dispute espa�o com o PMDB.
Postos cobi�ados
No BB, Abreu, o novo presidente, conseguiu conduzir na semana passada dois funcion�rios de carreira para diretorias que estavam vagas. Mas isso est� longe de fechar todos os postos cobi�ados por pol�ticos. O vice-presidente de Gest�o de Pessoas, Robson Rocha, filiado ao PT, j� tem tempo suficiente de contribui��o para pedir aposentadoria, assim como o de Tecnologia, Geraldo Dezena. O vice-presidente de Governo, Valdir Campelo, um nome ligado ao PTB, tamb�m poder� ser substitu�do. A diretoria de Marketing, j� ocupada anteriormente por Henrique Pizzolato, condenado no processo do mensal�o e preso na It�lia, tamb�m est� na mira do PT e de partidos da base. A lista inclui, ainda, a presid�ncia da Previ, o fundo de pens�o dos funcion�rios do banco, e da Cassi, o plano de sa�de.
No Banco da Amaz�nia, o governo conseguiu at� agora manter o comando nas m�os de funcion�rios de carreira do BB. Mas, com a atual situa��o de vulnerabilidade pol�tica, surgiram queixas de que o presidente da institui��o, Valmir Rossi, n�o atende aos pedidos de parlamentares. Eles agora reivindicam n�o s� ser atendidos, mas ter o poder de escolher os nomes do comando. E o ataque vem da pr�pria bancada do PT nos estados da regi�o – atento aos risco de perder espa�o no governo, eles partiram tamb�m para o ataque.
No Banco Nordeste do Brasil (BNB), o presidente, Nelson Ant�nio de Souza, sonha permanecer no cargo em que est� h� apenas 10 meses, embora diga a interlocutores que entender� a decis�o da presidente Dilma Rousseff de substitu�-lo. Souza, funcion�rio de carreira da Caixa, foi para o BNB em 2012, como diretor. Conta com o apoio do governador do Piau�, Wellington Dias (PT), ali�s, funcion�rio licenciado do pr�prio BNB. E espera se fortalecer tamb�m com o balan�o do banco, a ser divulgado no dia 23, com n�meros que tendem a ser favor�veis, sobretudo devido � queda na inadimpl�ncia.