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Estado de Minas

Empreiteiras da Lava-Jato recorrem a Lula e cobram interfer�ncia pol�tica

O ex-presidente tem recebido desde o fim do ano passado emiss�rios de empreiteiros envolvidos na Opera��o Lava-Jato


postado em 20/02/2015 07:37 / atualizado em 20/02/2015 08:01

Bras�lia - O ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva e seu s�cio Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula, t�m recebido pessoalmente desde o fim do ano passado emiss�rios de empreiteiros que s�o alvo da Opera��o Lava-Jato. Preocupados com as pris�es preventivas em curso e com as consequ�ncias financeiras das investiga��es, executivos pedem uma interven��o pol�tica de Lula para evitar o colapso econ�mico das empresas.

Okamotto admitiu ter recebido "v�rias pessoas" de empresas investigadas na Lava- Jato. O jornal O Estado de S. Paulo ouviu relatos de interlocutores segundo os quais, em alguns momentos, empres�rios chegaram a dar um tom de amea�a �s conversas.No fim do ano passado, Jo�o Santana, diretor da Constran, empresa do grupo UTC, agendou um encontro com Lula - o presidente da UTC, Ricardo Pessoa, foi preso pela Lava-Jato e � apontado como coordenador do cartel de empreiteiras que atuava na Petrobr�s.

Santana foi recebido por Okamotto. A conversa foi tensa. A empreiteira buscava orienta��o do ex-presidente. Em 2014, a UTC doou R$ 21,7 milh�es para campanhas do PT - R$ 7,5 milh�es em apoio � reelei��o da presidente Dilma Rousseff. Indagado sobre o encontro com o diretor, Okamotto admitiu o pedido de socorro de Santana. "Ele queria conversar, explicar as dificuldades que as empresas estavam enfrentando. Disse: ‘Voc� tem de procurar algu�m do governo’", contou o presidente do Instituto Lula.

"Ele estava sentindo que as portas estavam fechadas, que tudo estava parado no governo, nos bancos. Eu disse a ele que acho que ningu�m tem interesse em prejudicar as empresas. Ele est� com uma preocupa��o de que n�o tinha caixa, que tinha problema de parar as obras, que iria perder, que estava sendo pressionado pelos s�cios, coisa desse tipo", disse Okamotto.

A assessoria de imprensa da Constran nega o encontro.

A for�a-tarefa da opera��o prendeu uma s�rie de executivos de empreiteiras em 14 de novembro, na s�tima fase da Lava-Jato. Um deles era o presidente da OAS, L�o Pinheiro. Antes de ser preso, ele se encontrou com Lula para pedir ajuda em fun��o das primeiras not�cias sobre o conte�do da dela��o premiada do ex-diretor da Petrobr�s Paulo Roberto Costa que implicavam sua empresa. Lula e Pinheiro s�o amigos desde a �poca de sindicalista do ex-presidente petista, que negou ter mantido conversas sobre a Opera��o Lava-Jato com interlocutores das empresas.

Estrat�gias comuns

A c�pula das empreiteiras tamb�m tem feito reuni�es entre si para avaliar os efeitos da Lava-Jato. Ap�s a pris�o dos executivos, o fundador da OAS, C�sar Mata Pires, procurou Marcelo Odebrecht, dono da empresa que leva seu sobrenome, para saber como eles haviam se livrado da pris�o at� agora. Embora alvo de mandados de busca e de um inqu�rito da Pol�cia Federal, a Odebrecht n�o teve nenhum executivo detido na Lava-Jato.

Conforme relatos de quatro pessoas, Pires disse que as duas empresas t�m neg�cios em comum e que a OAS n�o assumiria sozinha as consequ�ncias da investiga��o. Ele afirmou ao dono da Odebrecht n�o estar preocupado em salvar a pr�pria pele, porque j� havia vivido bastante. Mas n�o iria deixar que seus herdeiros ficassem com uma empresa destru�da por erros cometidos em equipe.

A assessoria de imprensa da Odebrecht disse que houve v�rios encontros entre as duas empresas, mas que nenhum "teve como pauta as investiga��es sobre a Petrobr�s em si". O departamento de comunica��o da OAS nega a reuni�o com a Odebrecht.

Em consequ�ncia da Opera��o Lava-Jato, as empreiteiras acusadas de fazer parte do "clube" que fraudava licita��es e corrompia agentes p�blicos no esquema de corrup��o e desvios na Petrobr�s est�o impedidas de participar de novos contratos com a estatal.

Com isso, algumas enfrentam problemas financeiros, o que tem tirado o sono dos donos dessas empresas. No dia 27 de janeiro, Dilma fez um pronunciamento no qual disse que "� preciso punir as pessoas", e n�o "destruir empresas".

Cr�ticas

A tentativa de empreiteiras envolvidas na Lava-Jato de pedir ajuda a agentes pol�ticos j� foi condenada pelo juiz S�rgio Moro - respons�vel pela opera��o - ao se referir aos encontros de advogados das empresas com o ministro da Justi�a, Jos� Eduardo Cardozo.

"Trata-se de uma indevida, embora malsucedida tentativa dos acusados e das empreiteiras de obter interfer�ncia pol�tica em seu favor no processo judicial (...) certamente com o recorrente discurso de que as empreiteiras e os acusados s�o muito importantes e bem relacionados para serem processados", criticou o juiz.


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