
Em discursos no plen�rio na tarde desta segunda-feira, senadores do PSDB, do PP e do PPS descartaram, ao menos por ora, um pedido de abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff em raz�o do esc�ndalo de corrup��o que envolve a Petrobras. Nos pronunciamentos, todos reconheceram as dificuldades enfrentadas por Dilma, mas avaliam que n�o h� ambiente para se lan�ar um processo desse tipo no momento.
Em pronunciamento da tribuna, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) disse que n�o h� condi��es pol�ticas para a abertura do processo de impedimento e destacou que n�o acha "desejado" faz�-lo. Ele afirmou que as pessoas que defendem o impeachment querem dizer que n�o aguentam "mais ver o governo que n�o governa".
"� um descontentamento muito grande", observou Ferreira, ao dizer que, embora n�o defenda a abertura do processo, estar� presente na marcha, que acontecer� em v�rias cidades, prevista para o dia 15 de mar�o, em favor do impeachment. "N�s n�o queremos a interrup��o catastr�fica deste governo", frisou o senador, que foi vice do candidato derrotado do PSDB � Presid�ncia, senador A�cio Neves (MG).
Para o tucano, n�o se pode desconhecer o "vigor da oposi��o popular" e a presidente, com apenas dois meses de novo mandato, comanda um governo com sinais de "esgotamento". Ap�s Dilma ter dito na sexta-feira passada que a corrup��o na Petrobras deveria ter sido investigada no governo FHC, Aloysio disse que a presidente n�o vai intimidar a oposi��o e a criticou, dizendo que ela parece ainda estar na campanha por chamar a oposi��o para a briga. "Vamos continuar a nossa oposi��o absolutamente intransigente", declarou.
Em aparte ao senador do PSDB, a senadora Ana Am�lia (PP-RS) afirmou que, embora tenha fundamento, "n�o � o caso" de pedir o impeachment de Dilma. A parlamentar - que, embora seu partido tenha se coligado � Dilma em outubro, apoiou A�cio - defendeu puni��es a todos os envolvidos com o esquema de corrup��o da Petrobras, inclusive de integrantes do PP. "Tem coisa no meu partido, tem, ent�o a mesma r�gua que tem de ser usada contra os outros, tem que usar contra o meu partido", frisou.
O senador Jos� Medeiros (PPS-MT), suplente que assumiu o mandato de Pedro Taques (PDT), eleito governador do Estado, tamb�m se posicionou contra um pedido de impedimento. "N�o vejo as digitais da Dilma", disse. Contudo, criticou a fala da presidente que tenta envolver o governo FHC no esc�ndalo da Petrobras. Segundo ele, "jogar para o passado n�o � o melhor, n�o era o que se esperava".
Para o l�der do PSDB no Senado, C�ssio Cunha Lima (PB), queda de popularidade n�o � motivo para impeachment. Mas ele defendeu que o governo trate a sociedade e a oposi��o "com o m�nimo de respeito". O partido deve votar contra as medidas provis�rias que alteram benef�cios previdenci�rios e trabalhistas. "O governo est� doente, mas ela chama o contribuinte para tomar o rem�dio da doen�a que o governo provocou", disse.