S�o Paulo - O novo presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, fazia pagamentos de valores superiores a R$ 20 mil em dinheiro na regi�o de Conchas (SP), onde possui uma casa. A informa��o � do pedreiro Jo�o Carlos Camargo, respons�vel pela constru��o da casa, e foi confirmada ao Estado por dois comerciantes da regi�o sob a condi��o de n�o terem seus nomes revelados. Camargo, de 59 anos, acusa Bendine de n�o ter pago R$ 36 mil referentes � m�o de obra para a constru��o da piscina da resid�ncia, uma das maiores da cidade. Bendine, por meio de nota, negou tanto a d�vida quanto os pagamentos em esp�cie.
"Ele tamb�m gostava de esporte, come�amos a jogar bola juntos at� que pegamos uma amizade", lembra Camargo, o mais velho de tr�s irm�os pedreiros conhecidos na regi�o pela qualidade das constru��es. Em 2005, j� ocupando uma diretoria do Banco do Brasil, Bendine decidiu demolir a velha casa da fam�lia e construir um im�vel que se destaca no centro da cidade. Camargo foi escolhido para tocar a obra.
A constru��o demorou mais de dois anos e o custo da m�o de obra foi dividido em tr�s partes. A primeira, de R$ 135 mil, era para a constru��o principal. A segunda, no valor de R$ 30 mil, era referente a obras complementares e a terceira, de R$ 36 mil, � piscina e churrasqueira, de acordo com o pedreiro. Segundo Camargo, as duas primeiras partes foram totalmente quitadas em parcelas. Os pagamentos que superavam R$ 7 mil eram feitos em esp�cie. "�s vezes ele ia at� o banco e sacava. �s vezes j� vinha de Bras�lia com o dinheiro em um envelope", disse.
O pedreiro n�o possui contrato nem recibos. De acordo com ele, Bendine se recusou a pagar os R$ 36 mil restantes alegando que os valores pagos anteriormente estavam acima do pre�o do mercado. Segundo o advogado Julio Del Vigna, Camargo n�o quis cobrar a d�vida na Justi�a porque "� do tipo que faz as coisas na base da confian�a, no fio do bigode".
Al�m de construir a casa, o pedreiro diz que era encarregado de gerenciar a obra e outros pequenos servi�os, entre eles pagar os fornecedores. Dois comerciantes da regi�o confirmaram ao Estado, com a condi��o de n�o terem seus nomes revelados, que receberam valores superiores a R$ 5 mil, em esp�cie, para pagamento de materiais usados na constru��o.
Camargo diz que foi encarregado por Bendine de entregar em um s� dia R$ 22 mil ao vendedor de um carro que seria dado de presente pelo anivers�rio de 18 anos da filha do executivo, em Piracicaba, e fazer um pagamento de R$ 17 mil ao fornecedor de materiais para a piscina, em Laranjal Paulista. "Eu inclusive falava para ele que era perigoso", disse.
O pedreiro afirmou ter sido amea�ado por seguran�as do BB quando Bendine j� ocupava a presid�ncia do banco. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.