Curitiba - Pressionado por milhares de manifestantes que foram do centro de Curitiba at� o Pal�cio Igua�u, sede do Executivo paranaense, o governador Beto Richa (PSDB) fez novos recuos em rela��o ao pacote de ajuste fiscal anunciado ap�s a reelei��o, mas n�o conseguiu o compromisso de que os professores da rede p�blica voltar�o ao trabalho ap�s 18 dias de greve.
Na pr�tica, isso significa que a paralisa��o continua at� o in�cio da pr�xima semana. Na reuni�o, Sciarra havia pedido aos professores que voltassem �s aulas na segunda-feira. Na negocia��o, representantes do governo apresentaram aos grevistas um levantamento mostrando que as f�rias de julho j� foram comprometidas.
Os representantes do governo atenderam ontem a mais um item da pauta de reivindica��o dos professores ao prometerem pagar em uma �nica parcela R$ 116 milh�es referentes a f�rias em atraso. Richa queria saldar a d�vida em parcelas.
Nas duas rodadas de negocia��es anteriores, o governo j� havia se comprometido a pagar integralmente as rescis�es salariais de 29 mil professores tempor�rios que foram demitidos, tirar da pauta da Assembleia Legislativa projetos de lei inclu�dos no "pacota�o" que alterem direitos trabalhistas e repassar R$ 70 milh�es para o custeio das universidades estaduais. Indagado sobre a origem desses recursos, Sciarra disse que a fonte s�o "arrecada��es do governo".
Press�o
Em meio a uma grave crise de fluxo de caixa, o governo Beto Richa tem enfrentado forte press�o popular contra os dois pacotes de ajuste fiscal anunciados em novembro e em janeiro. Entre outras medidas, est�o previstos cortes de gastos em quase todos os setores da administra��o, extin��o de secretarias e aumento de impostos.
Sindicatos de v�rios setores do funcionalismo j� demonstraram insatisfa��o com o "pacota�o" mas o principal foco de resist�ncia s�o os professores. Em menos de dois meses do segundo mandato do tucano, os professores invadiram duas vezes a Assembleia para evitar que os projetos fossem votados. Ontem, fizeram a maior manifesta��o at� agora, levando milhares de pessoas at� o Pal�cio Igua�u. Segundo os grevistas, eram 40 mil. A Pol�cia Militar fala em pouco mais de 10 mil.
O protesto dos professores foi engrossado por estudantes e representantes de outras categorias do funcionalismo, como sa�de, seguran�a, Judici�rio, Defensoria P�blica e transportes. Al�m disso, cidad�os comuns descontentes com os ajustes se juntaram � manifesta��o.
"Estou aqui em defesa da educa��o e porque estas medidas afetam todo mundo com os aumentos de impostos", disse o operador de inform�tica Jo�o Roberto Westin, de 48 anos.
Em entrevista � retransmissora da TV Globo, Richa demonstrou otimismo em rela��o ao fim da greve e admitiu erros na condu��o do ajuste. Para evitar que a insatisfa��o se espalhe de forma generalizada, o governo prometeu rever a medida que mais pol�mica tem provocado - as mudan�as no regime previdenci�rio dos servidores - e s� reapresent�-la ap�s di�logo com os sindicatos.