Uberl�ndia, 28 - O procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, afirmou nesta sexta-feira, dia 27, em Uberl�ndia (MG), que h� �fatos concretos� que o obrigam a adotar medidas para garantir sua seguran�a. Ele contou que sua casa, em Bras�lia, foi arrombada no fim de janeiro e que a partir da� come�ou a receber relat�rios peri�dicos de intelig�ncia sobre poss�veis amea�as � sua integridade.
Janot visitou a cidade do Tri�ngulo Mineiro sob forte aparato de seguran�a. O procurador-geral concedeu r�pida entrevista antes de participar de um ato de rep�dio a uma tentativa de homic�dio do promotor Marcos Vin�cius Ribeiro Cunha. As declara��es foram dadas um dia ap�s virem � tona encontros de Janot com o ministro da Justi�a, Jos� Eduardo Cardozo, e com o vice-presidente da Rep�blica, Michel Temer - �s v�speras da apresenta��o, pelo procurador-geral, de pedidos de investiga��o ou den�ncias contra pol�ticos citados na Opera��o Lava Jato.
A conversa do procurador-geral com Cardozo n�o estava previamente divulgada. Ap�s a imprensa tomar conhecimento do encontro, o ministro disse que foi � Procuradoria-Geral discutir a cria��o de uma vice-procuradoria de combate � corrup��o. J� o Minist�rio P�blico Federal apresentou a vers�o segundo a qual a visita de Cardozo tinha por objetivo informar sobre amea�as � seguran�a de Janot.
Ontem (27), o procurador-geral refor�ou essa vers�o: �Com certeza�. Uma das recomenda��es que Cardozo teria feito era de que ele evitasse voos de carreira. Janot chegou a Uberl�ndia e voltou para Bras�lia em uma aeronave da For�a A�rea Brasileira.
O procurador-geral, no entanto, disse n�o saber se o risco detectado est� relacionado com algum caso espec�fico, como a Opera��o Lava Jato. �N�o sou uma pessoa assombrada. Mas alguns fatos concretos t�m me levado a adotar algumas regras de conten��o.�
Ele disse que os criminosos que arrombaram sua casa ficaram pelo menos oito minutos dentro da resid�ncia. �Tinha l� uma pistola .40 com tr�s carregadores, m�quina fotogr�fica e tudo quanto � coisa de valor. E a �nica coisa que foi levada foi o controle do port�o�, afirmou. �Da� para c�, tenho recebido relat�rios de intelig�ncia. E nos relat�rios �ltimos, parece que aumentou um pouquinho o n�vel de risco. Por isso as precau��es.�
Rela��o
Na pr�xima semana, Janot deve apresentar ao Supremo Tribunal Federal a lista de pol�ticos que devem ser investigados por envolvimento na Lava Jato. Questionado se acredita que o risco teria rela��o com a investiga��o de um esquema de desvio de recursos da Petrobras, o procurador-geral da Rep�blica foi sucinto: �N�o sei. Isso eu n�o posso dizer�.
Em nota, por�m, a Associa��o Nacional dos Procuradores da Rep�blica ligou os dois assuntos. �Por for�a dos desdobramentos da Opera��o Lava Jato, fatos concretos obrigaram o procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, a adotar medidas de conten��o�, afirmou o comunicado assinado pelo presidente da entidade, Alexandre Camanho.
A expectativa � de que o procurador-geral apresente ao Supremo pedidos de abertura de inqu�ritos contra dezenas de pol�ticos com base nas investiga��es e em dela��es premiadas de acusados.
Em seu discurso no evento em Uberl�ndia, Janot defendeu um combate a duas �chagas que hoje destroem a sociedade brasileira�. �De um lado � a corrup��o e, de outro, o crime organizado em suas diversas atua��es.�
Aparato
O ato organizado na sede da subse��o da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) foi realizado sob forte aparato de seguran�a, que se estendia tamb�m para outros pontos de Uberl�ndia, principalmente o trajeto feito por Janot e outras autoridades presentes - o procurador-geral de Justi�a de Minas, Carlos Andr� Mariani Bittencourt, e integrantes dos minist�rios p�blicos de v�rios Estados, al�m de magistrados.
Segundo o tenente Thiago Lana, da Companhia de Miss�es Especiais da Pol�cia Militar mineira e encarregado de coordenar a opera��o, 80 PMs foram mobilizados para participar do esquema de seguran�a, al�m de dezenas de policiais civis, federais e seguran�as das demais institui��es, como o Minist�rio P�blico e a magistratura.
O entorno da OAB estava repleto de militares fortemente armados. A seguran�a contava tamb�m com atiradores de elite e um helic�ptero do Comando de Radiopatrulhamento A�reo.
O atentado contra o promotor Marcos Vin�cius Cunha foi tratado no ato como uma amea�a � seguran�a de agentes p�blicos. Ele foi baleado duas vezes nas costas e uma no bra�o no dia 21, ao deixar a sede da promotoria de Monte Carmelo (MG).
No dia seguinte, Juliano Aparecido de Oliveira, de 21 anos, admitiu ter atirado em Cunha para se vingar de uma a��o do promotor que levou � cassa��o do mandato de seu pai, o ex-presidente da C�mara Municipal da cidade Valdelei Jos� de Oliveira. Os dois foram presos.
Para o procurador-geral da Rep�blica, o ataque ao promotor foi um �duplo atentado�. �Al�m da integridade f�sica do colega Marcos Vin�cius, (o atentado) atinge a institui��o Minist�rio P�blico. E n�o � uma institui��o qualquer. � a institui��o que a Constitui��o Federal vocacionou para ser aquela respons�vel na defesa do estado democr�tico de direito�, afirmou.
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Janot refor�a seguran�a ap�s ter casa arrombada
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