
Bras�lia – Autor da lista que desperta o medo, a cobi�a ou apenas a curiosidade de todo o meio pol�tico do pa�s, o procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, fez nessa quarta-feira um desabafo para os colegas do Minist�rio P�blico Federal sobre o trabalho na Opera��o Lava-Jato. Enquanto deputados, senadores e ministros faziam apostas sobre quem s�o os 54 nomes relacionados nos pedidos de abertura de inqu�rito enviados ao Supremo Tribunal Federal (STF), Janot elaborava uma mensagem em que buscava a unidade na institui��o que comanda. Para colegas, foi uma demonstra��o de receio de que a onda do tsunami pol�tico pode ter retorno contra a pr�pria institui��o. “N�o acredito que esses dias de turbul�ncia pol�tica fomentar�o investidas que busquem diminuir o Minist�rio P�blico brasileiro, desnaturar o seu trabalho ou desqualificar os seus membros. Mas devemos estar unidos e fortes”, afirmou.
A mensagem foi dirigida a todos os integrantes da institui��o. Pela leitura de procuradores, a carta � uma forma de buscar apoio interno diante de fortes press�es a que Janot vem sendo submetido desde que precisou escolher quem est� dentro e quem est� fora do esc�ndalo com potencial para se igualar aos processos do mensal�o no STF. H� um receio interno de que investidas no Congresso contra a institui��o se intensifiquem, com a aprova��o de limites de atua��o dos integrantes do Minist�rio P�blico, principalmente com a ira dos dois homens mais poderosos do Congresso, os presidentes da C�mara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Os dois s�o alvo de pedido de abertura de inqu�rito no Supremo. Embora a informa��o sobre os 28 inqu�ritos ainda estejam sob sigilo, Cunha e Renan passaram o dia dessa quarta-feira dando explica��es sobre o suposto envolvimento nas den�ncias de corrup��o na Petrobras.
Momento crucial
No olho do furac�o, Janot prestou contas aos colegas. “Diante das in�meras e naturais vari�veis decorrentes de uma investiga��o de tamanha complexidade, fiz uma op��o clara e firme pela t�cnica jur�dica”, ressaltou. Com a seguran�a refor�ada, o procurador-geral da Rep�blica tem recebido apoios de manifestantes, como a demonstrada na �ltima segunda-feira, quando um grupo de ativistas ocupou a frente do pr�dio da Procuradoria-Geral da Rep�blica para apoiar as investiga��es da Opera��o Lava- Jato. “Quem tiver de pagar vai pagar”, sustentou o chefe do Minist�rio P�blico Federal. O v�deo ganhou as redes sociais, assim como a foto em que o procurador-geral aparece com um cartaz: “Janot, a esperan�a do Brasil”.
Aos 58 anos, com tr�s d�cadas no Minist�rio P�blico, Janot chegou ao momento mais importante de sua carreira como procurador, como ele deixou claro aos colegas: “Quis o destino, tamb�m, que eu estivesse � frente do Minist�rio P�blico Federal no momento de um dos seus maiores desafios institucionais. A chamada ‘Opera��o Lava-Jato’ chega a um momento crucial”.