Bras�lia - O presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), escolheu a CPI da Petrobras como instrumento para demonstrar seu descontentamento pela inclus�o de seu nome na lista de inqu�ritos da Opera��o Lava Jato. O PMDB apresentar� nesta quinta-feira, 5, na primeira sess�o de fato da comiss�o, um pacote de medidas que contraria o PT e o governo federal.
Para investigar crimes de lavagem de dinheiro e evas�o de divisas, Motta planeja contratar a multinacional Kroll, uma das maiores empresas de auditoria e investiga��o mundial, que j� atuou em casos como o processo de impeachment do ex-presidente Fernando Collor. "A CPI n�o pretende ficar a reboque das informa��es do Minist�rio P�blico Federal e da Pol�cia Federal. Estamos convencidos de que existem informa��es que n�o foram alcan�adas", disse o l�der do PMDB na C�mara, Leonardo Picciani (RJ).
Cunha tamb�m apoiou a contrata��o da empresa. "Se a CPI deliberar qualquer tipo de contrata��o de empresa de investiga��o, a mim s� cabe apoiar a CPI. N�o faltar� apoio at� porque queremos que essa investiga��o v� a fundo, se apure tudo o que tem que ser apurado", disse o presidente da C�mara.
Convoca��o
Motta tamb�m deve dar aten��o especial a um requerimento do deputado Carlos Marun (PMDB-MS) para convoca��o do ministro da Controladoria-Geral da Uni�o (CGU), Valdir Sim�o, para esclarecer a possibilidade de se firmar acordos de leni�ncia com empresas investigadas. A inten��o � enfraquecer a possibilidade de acordo, que permite �s empreiteiras pagar multas menores e continuar fazendo contratos com o poder p�blico.
O presidente da comiss�o comunicar� oficialmente hoje que a CPI n�o poder� ser estendida ao per�odo do governo FHC e anunciar� os nomes dos quatro sub-relatores, que dividir�o o trabalho com Luiz S�rgio. "Quem pensava que se estava preparando uma pizza pode se preparar que vai ser uma pizza de pimenta malagueta, bem ardida", disse Marun.
Petistas se mostraram surpresos com as propor��es da rebeli�o do PMDB na CPI. O relator Luiz S�rgio ainda ontem ajustava o cronograma de trabalho que apresentar� na sess�o desta quinta-feira. O ex-ministro de Rela��es Institucionais do primeiro governo Dilma Rousseff disse a interlocutores ser contr�rio, por exemplo, ao estabelecimento das sub-relatorias, por "pulverizar" seu trabalho.
S�rgio deve apresentar um plano de trabalho enxuto e com uma s�rie de pedidos de convoca��o de nomes j� mencionados nos 336 requerimentos apresentados at� ontem. Com a impossibilidade de ampliar o per�odo a ser investigado, o partido pretende garantir a convoca��o de Pedro Barusco, ex-gerente da Petrobras que em depoimento � Pol�cia Federal disse ter come�ado a receber propinas em 1997. O relator tamb�m vai solicitar a participa��o de representantes da PF, da CGU, da Advocacia-Geral da Uni�o (AGU) e do Tribunal de Contas da Uni�o (TCU) para dar celeridade ao trabalho.