
A presidente Dilma Rousseff usou o pronunciamento em rede nacional pelo Dia Internacional da Mulher para fazer uma longa defesa ao ajuste fiscal e dizer que a economia do pa�s s� deve come�ar a melhorar a partir do fim do ano. Afirmando que o governo est� usando "armas diferentes e mais duras" das que foram utilizadas na primeira fazer da crise, em 2008, ela ressaltou que todos ter�o de fazer "sacrif�cios tempor�rios" e arrematou dizendo que s�o suport�veis porque tem "o povo mais forte do que nunca".
"Este processo (de ajuste) vai durar o tempo que for necess�rio para reequilibrar a nossa economia", afirmou, prevendo os primeiros resultados "j� no final do segundo semestre". Dilma declarou que "a carga negativa", at� agora absorvida pelo governo, agora ser� dividida "em todos os setores da sociedade".
O esc�ndalo das suspeitas de corrup��o na Petrobras, que vem monopolizando o notici�rio, foi mencionado rapidamente e apenas no fim de sua fala. Ela frisou que a investiga��o das den�ncias de corrup��o na estatal � "ampla, livre e rigorosa". Com isso, buscou responder as acusa��es que vem sofrendo n�o s� por parte de advers�rios como de parlamentares da base aliada de que seu governo tenta interferir nas apura��es da Opera��o Lava Jato. "Com coragem e at� sofrimento, o Brasil tem aprendido a praticar a justi�a social em favor dos mais pobres, como tamb�m aplicar duramente a m�o da justi�a contra os corruptos. � isso, por exemplo, que vem acontecendo na apura��o ampla, livre e rigorosa nos epis�dios lament�veis contra a Petrobr�s", afirmou em cadeia de r�dio e TV. O pronunciamento foi gravado na manh� da �ltima quinta-feira, um dia antes da publica��o da lista de pessoas que ser�o investigadas por suspeita de corrup��o relacionada � petroleira.
No discurso, Dilma passou a maior parte do tempo explicando e defendendo o ajuste fiscal que est� sendo implementado no Brasil - que trata do corte de despesas e de investimentos, redu��o de parte de programas sociais, mudan�as nas regras para acesso a benef�cios trabalhistas, corre��o na tabela do imposto de renda. Para executar parte das medidas, o Poder Executivo precisa de aprova��o pelo Congresso Nacional, com o qual est� passa por uma crise de relacionamento.
Sem culpa. Em momento algum do discurso Dilma indica que sua gest�o tenha cometido qualquer tipo de erro na condu��o da economia. Ao contr�rio, declara que a pol�tica econ�mica praticada at� agora foi a correta para a circunst�ncia que o Pa�s viveu at� o fim do ano passado.
A petista classifica como corajosa a decis�o de assumir o ajuste fiscal mesmo que isso lhe renda desaprova��o. "Decidimos corajosamente mudar de m�todo e buscar solu��es mais adequadas ao atual momento. Mesmo que isso signifique alguns sacrif�cios tempor�rios para todos e cr�ticas injustas e desmesuradas ao governo."
De forma pouco did�tica ela tentou explicar o que est� ocorrendo no pa�s. Culpou a seca nas regi�es Nordeste e Sudeste e a piora da conjuntura internacional pelo aumento dos custos para os consumidores e as mudan�as de rumo em sua gest�o econ�mica.
A infla��o tamb�m foi debitada na conta da falta de chuva. "Entre muitos efeitos graves, esta seca tem trazido aumentos tempor�rios no custo da energia e de alguns alimentos." Diante das argumenta��es e distribui��o de responsabilidades, a presidente diz para o espectador que ele tem "todo direito de se irritar e de se preocupar". E pede "paci�ncia e compreens�o", argumentando que esta situa��o � "passageira".
Retomando a positividade exibida durante sua campanha eleitoral no ano passado, Dilma v� pessimismo por parte de integrantes da sociedade. "O Brasil passa por um momento diferente do que vivemos nos �ltimos anos. Mas nem de longe est� vivendo uma crise nas dimens�es que dizem alguns." E defendeu: "Passamos por problemas conjunturais, mas nossos fundamentos continuam s�lidos (...) nosso povo est� protegido naquilo que � mais importante: sua capacidade de produzir, ganhar sua renda e de proteger sua fam�lia". A explica��o para falar sobre ajuste fiscal durante o pronunciamento para todas as TVs e r�dios abertos no Dia Internacional da Mulher foi justificada pela presidente por sua necessidade de "compartilhar a vis�o dos fatos" porque "os notici�rios", segundo ela, "muitas vezes at� nos confundem mais do que nos esclarecem".