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Estado de Minas

Jos� Mentor, do PT, recebeu R$ 380 mil, afirma doleiro


postado em 09/03/2015 19:31

Curitiba e S�o Paulo, 09 - Uma das peti��es encaminhadas pelo procurador-geral da Rep�blica Rodrigo Janot ao Supremo Tribunal Federal na sexta-feira, 6, pede que o deputado Jos� Mentor (PT-SP) seja investigado. O parlamentar foi citado na dela��o premiada do doleiro Alberto Youssef, personagem central da Opera��o Lava Jato, preso desde mar�o de 2014. Segundo ele, Mentor teria recebido dinheiro ap�s ordem do ex-deputado Andr� Vargas (sem partido-PR).

"O deputado federal Jos� Mentor recebeu, no in�cio do ano de 2014, a quantia de R$ 380.000,00 de Alberto Youssef, oriunda de opera��es fict�cias destinadas a ensejar a disponibilidade de numer�rio em esp�cie, com oculta��o de sua origem, as quais foram detalhadamente descritas", diz a peti��o assinada por Janot.

A informa��o de que o deputado teria recebido dinheiro de Youssef foi confirmada pela ex-contadora do doleiro Meire Pozza. O dinheiro teria sido entregue no escrit�rio de Mentor, �situado perto da Pra�a da �rvore, em S�o Paulo/SP�, em final de janeiro ou in�cio de fevereiro de 2014, por volta das 7h, segundo Youssef.

"O valor foi levado em uma maleta e l� chegando colocou em cima de uma mesa, entregou o dinheiro diretamente para o pr�prio Jos� Mentor, que conferiu os valores, e o declarante se retirou; Que Jos� Mentor estava sozinho; Que o escrit�rio de Jos� Mentor, pelo que parece, na verdade s�o dois escrit�rios", afirmou Youssef em termo de dela��o complementar.

A quantidade de detalhes que Youssef revelou sobre a entrega de dinheiro a Mentor impressionou a Procuradoria. Segundo o doleiro, Mentor tem no mesmo local, mas em portas diferentes, um escrit�rio pol�tico e outro de advocacia.

"Trata de um escrit�rio simples; que defronte ao escrit�rio h� um lugar para parar carro, onde o declarante estacionou o seu ve�culo, e na esquina h� uma padaria", diz a dela��o de Youssef.

Os R$ 380 mil supostamente entregues a Mentor teriam sa�do de um total de R$ 2 milh�es pedidos pelo irm�o de Andr� Vargas, Leon Vargas. Segundo o doleiro, Mentor � amigo do ex-deputado federal. Em dezembro do ano passado, o plen�rio da C�mara dos Deputados aprovou a cassa��o do mandato do ex-petista Vargas. Acusado de trabalhar em favor da rede articulada por Youssef, ele perdeu o mandato por quebra de decoro parlamentar.

O doleiro contou que Leon Vargas o procurou em dezembro de 2013, pois precisava de dinheiro vivo. Youssef disse que �era amigo de longa data� de Andr� e que os dois teriam se conhecido em Londrina (PR).

"Num primeiro momento, Leon Vargas disse que precisaria em torno de R$ 1,4 milh�es em dinheiro e depois mais R$ 600.000,00, totalizando em torno de R$ 2 milh�es", disse Youssef na dela��o.

Ele contou que a empresa Arbor, de sua ex-contadora Meire Bonfim Pozza, emitiu nota fiscal em favor da empresa IT7, indicada por Leon, e fez duas transfer�ncias de dinheiro. O doleiro n�o soube detalhar qual a raz�o social, atividade desempenhada, endere�o e quadro societ�rio da IT7. Na peti��o, Janot afirma que �o Portal da Transpar�ncia revela que a empresa IT7 firmou diversos contratos com a Administra��o P�blica Federal nos anos de 2012 e 2013, tendo recebido vultosas quantias�.

"Ap�s o valor ter sido creditado na conta da Arbor, (Youssef) afirma que parte do numer�rio foi sacado em esp�cie da pr�pria conta por Meire Pozza e o restante o declarante indicou contas para as quais Meire transferiu os recursos, contas estas que n�o eram do declarante e sim de terceiros", disse em dela��o.

"Essas transfer�ncias foram feitas a pessoas que forneciam "reais vivos" ao declarante, mas n�o se recorda quem foram as destinat�rias neste momento; De posse dos R$ 2 milh�es em esp�cie, foi entregue a pedido de Leon Vargas, dentro do apartamento funcional do deputado federal Andr� Vargas, em Bras�lia/DF, a quantia de R$ 1,62 milh�es em dinheiro", afirmou o doleiro.

Segundo ele, a quantia foi entregue em quatro ou cinco etapas. Ele indicou Rafael �ngulo Lopes e Adarico Negromonte como as pessoas que transportaram o dinheiro para Bras�lia/DF em voos comerciais. Youssef disse que n�o sabia o motivo pelo qual Vargas teria repassado os valores a Mentor. O doleiro contou ainda que cobrou 20% de comiss�o sobre o valor das notas brutas da Meire em favor da IT7.

"O dinheiro era ocultado no corpo durante o transporte; Que nas vezes em que o declarante entregou o dinheiro, o fez nas m�os de Andr� Vargas, sendo que n�o havia mais ningu�m presente no apartamento", contou.

Em setembro de 2014, Youssef foi condenado a 4 anos e 4 meses de pris�o por corrup��o no caso Banestado. Onze anos antes, Mentor foi relator da Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) do Banestado, antigo Banco do Estado do Paran� alvo central do esc�ndalo.

Entre maio de 2003 e setembro de 2007, uma for�a-tarefa encabe�ada pelo Minist�rio P�blico Federal denunciou 684 pessoas, das quais 97 foram condenadas, em um esquema que envolvia a remessa fraudulenta de U$ 28 bilh�es por meio de contas CC-5 (contas de n�o residentes no Banestado, Banco do Brasil, Banco Arauc�ria, Bemge e Banco Real).

A Procuradoria conseguiu que fossem bloqueados R$ 380 milh�es em contas no Brasil e outros R$ 34,7 milh�es, no exterior. Para isso, foram investigadas mais de 1.170 contas fora do pa�s - o que resultou em uma base de dados de 1,9 milh�o de registros de movimenta��es financeiras no exterior.

Mentor diz que ficou "estarrecido" ao receber a not�cia da inclus�o de seu nome na lista de investiga��o da Petrobras, j� que, segundo ele, n�o tem qualquer liga��o com o objeto dessas investiga��es. "Sobre as not�cias veiculadas vou procurar, com toda a tranquilidade, conhecer o que a mim � atribu�do e, posteriormente, prestarei os esclarecimentos necess�rios", disse.


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