Bras�lia, 10 - O governo conseguiu evitar nesta ter�a-feira, 10, a aprova��o, na C�mara dos Deputados, de um projeto que visava estender a pol�tica atual de valoriza��o do sal�rio m�nimo para todo o regime geral da Previd�ncia, algo recha�ado pela equipe econ�mica. Mas o Planalto corre o risco de sofrer a derrota amanh�, uma vez que o presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), promete colocar essa emenda em pauta amanh� e o PMDB j� sinalizou que deve apoi�-la.
Os deputados aprovaram esta noite o texto-base de uma proposta prevendo a manuten��o da f�rmula atual at� 2019 - que leva em conta a infla��o e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes. O Planalto trabalhou durante todo o dia para adiar a an�lise da mat�ria at� maio.
O plano era que a presidente Dilma Rousseff usasse a celebra��o do Dia do Trabalho para anunciar a manuten��o do modelo em vigor ou a sua revis�o, criando uma agenda positiva para tentar reagir � crise pol�tica e econ�mica instalada no Pa�s. Mas a manobra governista foi bloqueada pelo presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que est� em clima de guerra com o governo ap�s ter sido inclu�do na lista de investigados no �mbito da opera��o Lava Jato.
Em almo�o realizado nesta tarde, Cunha e aliados acertaram que levariam adiante uma proposta apresentada no ano passado pelos deputados Antonio Imbassahy (PSDB-BA) e Paulo Pereira da Silva (SD-SP). O texto - que replica a pol�tica adotada pelo governo em 2011 - visava criar uma "vacina" para o candidato tucano nas elei��es presidenciais, senador A�cio Neves (MG), contra cr�ticas de que o PSDB poderia acabar com direitos trabalhistas.
O governo foi obrigado a ceder e referendar o texto da oposi��o. Caso contr�rio, a base amea�ava se rebelar e apoiar uma emenda do l�der do PDT, Andr� Figueiredo (CE), que garantia a mesma pol�tica de reajuste do m�nimo para a Previd�ncia. Embora Figueiredo argumente que no curto prazo o impacto fiscal ser� nulo, o Planalto teme vincular o regime geral da previd�ncia a um gatilho que proporcione ganhos reais.
"Na pr�tica o impacto � zero, porque n�o h� previs�o de crescimento (da economia) para os pr�ximos dois anos. Mas se temos a expectativa de voltar a crescer, esse benef�cio � importante aos aposentados." Com o "respiro" de apenas um dia, o governo vai correr contra o tempo para tentar um acordo que evite a vincula��o � Previd�ncia. Mas deve haver forte resist�ncia, uma vez que o PMDB j� sinalizou que apoiar� a extens�o do benef�cio ao regime geral da Previd�ncia.