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Estado de Minas

Feliciano se compara a Martin Luther King em sess�o da CDH


postado em 12/03/2015 15:49 / atualizado em 12/03/2015 17:06

(foto: Lucio Bernardo Jr./Agencia Camara )
(foto: Lucio Bernardo Jr./Agencia Camara )

Na primeira sess�o da Comiss�o de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da C�mara ap�s a elei��o de Paulo Pimenta (PT-RS) para presidi-la, o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) comparou-se a Martin Luther King para defender a sua gest�o da CDHM em 2013, mostrando-se ressentido com os elogios feitos � gest�o do seu sucessor, Assis do Couto (PT-PR).

"Algumas pessoas n�o sabem, mas os grandes direitos humanos nasceram com a comunidade protestante, com os evang�licos. Um dos maiores l�deres de direitos humanos no mundo foi um pastor pentecostal do mesmo segmento que o meu, doutor Martin Luther King", disse Feliciano em refer�ncia ao pastor e ativista americano que se tornou uma lideran�a mundial nas d�cadas de 1950 e 1960 na luta pelos direitos civis dos negros. King recebeu o pr�mio Nobel da Paz em 1964 por sua luta contra a segrega��o racial nos Estados Unidos. "Ao falar dentro da sua igreja, Luther King citava a b�blia, e a gente cita o que � errado e o que � certo, o que � pecado e o que n�o �", disse Feliciano, completando seu racioc�nio.

O pastor deputado repetiu a argumenta��o de que foi perseguido pela milit�ncia LGBT quando presidiu a comiss�o. Em 2013, ele se envolveu em pol�micas e foi acusado de fazer declara��es homof�bicas, racistas e machistas. Sob seu comando, a CDHM aprovou o projeto chamado de "cura gay", que suspendia a resolu��o do Conselho Federal de Psicologia que veda tratamentos para "reverter" a homossexualidade de uma pessoa.

Feliciano se descreveu como um homem "equilibrado e de di�logo" e acusou os advers�rios pol�ticos Jean Wyllys (PSOL-RJ) e �rika Kokay (PT-DF), defensores de causas LGBT, de terem abandonado a comiss�o durante a sua presid�ncia. "N�o havia ningu�m aqui para propor alguma coisa sobre os homossexuais. In�meras vezes convidei, falei com lideran�as dos homossexuais no Pa�s inteiro", argumentou. O pastor tamb�m acusou Wyllys e Kokay de s� se pronunciarem na C�mara sobre a morte de gays e l�sbicas.

Depois de ver frustradas duas tentativas de lan�ar candidaturas � presid�ncia da CDHM, a bancada evang�lica tentava um acordo para compor a mesa com uma das vice-presid�ncias. Feliciano ocuparia uma das tr�s vagas, mas a perspectiva de Wyllys ocupar tamb�m uma das posi��es causou desentendimentos com a bancada e Feliciano recuou.

O pastor deixou a sess�o da manh� de hoje sem falar com a imprensa. O l�der da bancada, Jo�o Campos (PSDB-GO), disse que n�o haver� mais negocia��o. "N�o vamos negociar absolutamente nada. O Marco Feliciano, o partido dele n�o � da base do governo, ent�o ele n�o vai compor."

Feliciano n�o participou da vota��o que confirmou a elei��o de Pimenta, alegando que estava acompanhando a CPI da Petrobras, e compareceu atrasado � sess�o da comiss�o. Ele tamb�m n�o ficou para ouvir as respostas de Wyllys e �rika Kokay � sua fala.

Wyllys classificou a fala de Feliciano de "desonestidade intelectual" e disse que pessoas como ele e Kokay defendem v�rias designa��es sociais de minorias, al�m da comunidade LGBT, e que � "pavoroso" que Feliciano tenha dito o contr�rio. O deputado do PSOL ressaltou ainda que levantamentos apontam que 300 gays e travestis foram assassinados por crime de �dio no Pa�s no ano passado e que � necess�rio acabar com o estigma de pecado, crime e doen�a associado � homossexualidade.

Debate

O tema dos direitos LGBT e do combate � homofobia foi central nessa primeira sess�o da Comiss�o de Direitos Humanos, presidida por Pimenta, com algumas falas de deputados lembrando quest�es ligadas a defesa de negros, mulheres, quilombolas e �ndios.

O pastor Eurico (PSB-PE) se ressentiu de serem os evang�licos acusados de homofobia por falarem o que pensam. Ele tamb�m disse considerar que o respeito por diferen�a de sexo na Constitui��o se refere � diferen�a de g�nero. "Para mim s� existem dois sexos: � macho e f�mea."

Em uma fala bastante aplaudida, a deputada �rika Kokay rebateu a fala de Eurico. "Os discursos n�o s�o inocentes. Alguns acham que homofobia � apenas aquela onde voc� deixa marca, onde voc� rasga a pele, e n�o entendem que a homofobia � muitas vezes constru�da nos p�lpitos deste Pa�s", disse Kokay, que defendeu em seu discurso o direito de cada pessoa poder expressar sua sexualidade e ter direito � sua autopercep��o de identidade de g�nero.


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