(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Ajuste fiscal � necess�rio, diz economista


postado em 15/03/2015 09:19

S�o Paulo, 15 - A corre��o na tabela do Imposto de Renda (IR) maior que a prevista pelo governo � ruim para o ajuste fiscal, mas faz parte do processo democr�tico e do esfor�o de reequil�brio nas contas p�blicas. "Para fazer ajuste fiscal, � preciso negociar. O acordo dessa ter�a-feira, 10, faz parte do processo democr�tico", diz Samuel Pess�a, pesquisador da Funda��o Getulio Vargas (FGV) e participante da equipe econ�mica do ent�o candidato � presid�ncia da Rep�blica A�cio Neves (PSDB).

Pess�a argumenta que nenhum Executivo consegue fazer sozinho um ajuste fiscal. "Precisa ter a supervis�o e o acompanhamento do Congresso Nacional", diz o pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da FGV.

A expectativa de Pess�a � que o Congresso Nacional aprove as medidas propostas pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. "O ajuste proposto � bom. As medidas s�o corretas, mas deveriam ter sido tomadas h� muito mais tempo", afirma.

Como demorou para reverter a pol�tica econ�mica que "deteriorou as contas p�blicas", o governo corre o risco, agora, de n�o ter tempo suficiente para realizar o ajuste fiscal, na avalia��o de Pess�a. Ele pondera que o ajuste necess�rio � t�o profundo que n�o � poss�vel saber "se vai dar tempo de (esse governo) colher a retomada do crescimento econ�mico" e tamb�m de impedir a perda do grau de investimento conferido pelas ag�ncias de classifica��o de risco.

Nesse ponto, Pess�a demonstra menos pessimismo que alguns analistas. Ele afirma que a perda do grau de investimento � "um agenda para 2016", n�o � para este ano. Se n�o for cumprida neste ano, a meta fiscal do ano que vem poder� ficar comprometida.

"Como o estelionato eleitoral da Dilma foi muito grande, maior � o custo para o presidencialismo de coaliz�o", diz o pesquisador. Ele observa que o Poder Legislativo tem demonstrado que n�o pretende pagar o pre�o pol�tico do ajuste. Quer devolver esse custo para o Executivo.

A contradi��o entre a campanha de Dilma Rousseff e o que vem sendo anunciado desde dezembro �, na avalia��o do pesquisador do Ibre, o que tem revoltado os eleitores da oposi��o, o partido governista e que deve perturbar os eleitores da presidente. "Apesar de as medidas fiscais estarem corretas, a sociedade reage negativamente, porque a m�goa que ficou da campanha eleitoral � muito grande", diz. O especialista em contas p�blicas e tamb�m ex-colaborador da campanha de A�cio, Mansueto Almeida, diz o mesmo. "A popula��o est� com raiva porque h� poucos meses a presidente negava a necessidade de ajuste", diz Almeida.

O economista e funcion�rio licenciado do Ipea argumenta que povo de nenhum lugar gosta de ajuste fiscal. E diz que o esfor�o para reequilibrar as contas p�blicas seria feito independentemente de quem assumisse a presid�ncia. "Mas vejo que as medidas n�o seriam exatamente as mesmas porque se a oposi��o tivesse ganhado a elei��o o benef�cio da d�vida seria muito maior", diz Almeida.

O especialista afirma que, apesar de a equipe de Levy ter anunciado muitas medidas, ainda h� muito a fazer. Assim como Pess�a, Almeida afirma que, nesse processo, o governo precisa melhorar a comunica��o com a sociedade e com o Congresso Nacional. "Povo de lugar nenhum gosta de ajuste fiscal, especialmente em uma conjuntura de baixo crescimento ou mesmo recess�o", diz.

Apesar de achar semelhan�as entre os governos de Fernando Henrique Cardoso e de Dilma Rousseff, Pess�a afirma que h� uma diferen�a no atual esfor�o de ajuste das contas p�blicas. O segundo governo de FHC come�ou com a agenda microecon�mica em plena reorganiza��o. "Houve no primeiro governo FHC um desarranjo fiscal, assim como houve no primeiro governo Dilma. Mas o segundo mandato de FHC come�ou com privatiza��es, constru��o de marcos regulat�rios, reformas para melhorar a efici�ncia que n�o existem agora", diz Pess�a. "A atual desorganiza��o microecon�mica vai cobrar seu pre�o."


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)