Bras�lia, 16 - Na primeira reuni�o do n�cleo pol�tico ampliado com seus tr�s novos integrantes - os ministros Aldo Rebelo (Ci�ncia e Tecnologia), Eliseu Padilha (Avia��o Civil) e Gilberto Kassab (Cidades) -, o governo avaliou que a indigna��o com a corrup��o, e n�o com a gest�o da presidente Dilma Rousseff, foi o principal motivo das manifesta��es de domingo.
"Um ponto precisa ser ressaltado: a leg�tima indigna��o dos brasileiros com a corrup��o. � leg�timo que, ao tomar conhecimento de fatos, brasileiros fiquem indignados. O governo apoia investiga��es e reitera que quem praticou il�citos deve ser punido", disse o ministro da Justi�a, Jos� Eduardo Cardozo.
Apesar da tentativa de afastar o Pal�cio do Planalto do foco principal dos protestos, foi uma mudan�a de tom em rela��o � interpreta��o feita no domingo de que os manifestantes que lideraram os protestos eram eleitores da oposi��o que perdeu as elei��es presidenciais de 2014. Tanto que o autor dessa avalia��o, ministro Miguel Rosseto (Secretaria-Geral da Presid�ncia), n�o acompanhou Cardozo na entrevista coletiva ap�s o encontro desta segunda-feira, 16. Em seu lugar, esteve o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga (PMDB).
Com isso, a presidente quis n�o s� afastar a tese por ele defendida no domingo, mas tamb�m dar sinais claros de que depende do PMDB para tentar aprovar os projetos de ajuste fiscal no Congresso, conforme manifestado na reuni�o que durou quatro horas.
Dilma elogiou Braga e Padilha, aos quais atribuiu os recentes sucessos nas vota��es do Congresso e depois escolheu a dedo os dois auxiliares que deveriam participar da entrevista coletiva que falaria sobre a reuni�o. Optou por um do PT e outro do PMDB, justamente para simbolicamente representar a alian�a que est� no poder e tentar passar aos rep�rteres a ideia de que h� coes�o entre os dois partidos.
Apesar de Dilma tentar "vender" para os meios de comunica��o a ideia de que no momento PT e PMDB vivem em harmonia, n�o � isso que est� ocorrendo. Renan Calheiros, por exemplo, recusou-se ontem a ir � cerim�nia de san��o da reforma do C�digo Civil. Mandou dizer que estava em Alagoas. Mas chegou em Bras�lia no meio da tarde, e poderia ter ido. H� cerca de dez dias Renan boicotou jantar de Dilma com os dirigentes do PMDB. Alegou que � presidente de um Poder e que o jantar era com o partido. Melhor ficar de fora, justificou-se. Depois, disse que a base de Dilma � "capenga".