Porto Alegre, 20 - A presidente Dilma Rousseff (PT) disse nesta sexta-feira, 20, que, antes de discutir mudan�a em minist�rios, � preciso aprovar o ajuste fiscal apresentado por sua equipe econ�mica. Em entrevista coletiva em Eldorado do Sul, na regi�o metropolitana de Porto Alegre, ao ser questionada se faria reforma ministerial, a presidente respondeu que a prioridade s�o as medidas voltadas � economia.
"N�o quero falar disso [reforma ministerial]. Precisamos aprovar o ajuste e, a partir disso, outras medidas ser�o tomadas", afirmou ap�s participar da inaugura��o de uma unidade de secagem e armazenagem de gr�os em um assentamento do MST. Segundo ela, outra prioridade do Executivo no momento � fazer um contingenciamento "expressivo" no or�amento t�o logo o projeto de lei or�ament�ria seja sancionado.
Dilma insistiu na defesa do ajuste fiscal e voltou algumas vezes ao assunto durante a breve coletiva. "O ajuste � feito justamente para garantir continuidade no consumo e no crescimento. � pr�-requisito e por isso fazemos quest�o que seja aprovado", falou. As propostas encontraram resist�ncias de partidos da base e da oposi��o. Nesta semana, ministros da equipe econ�mica reuniram-se com bancadas petistas para explicar a proposta em busca de apoio no Congresso.
Segundo Dilma, a meta de super�vit prim�rio de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015 s� ser� cumprida com as medidas que foram encaminhadas ao Congresso Nacional e o contingenciamento que o Executivo pretende fazer "o mais r�pido poss�vel". Ela, no entanto, n�o adiantou quando isso ocorreria concretamente, nem qual seria a dimens�o do corte. "� imprescind�vel para o conjunto da na��o a aprova��o do nosso ajuste fiscal. Quanto mais r�pido isso for feito, mais r�pido o governo, a sociedade e a economia sair�o de uma situa��o de maior restri��o", considerou.
Dilma minimizou o cen�rio de crise ao afirmar que o Brasil tem reservas substantivas e uma situa��o est�vel, al�m de uma rela��o da d�vida sobre o PIB pequena na compara��o com o resto do mundo. "Temos rela��o extremamente s�bria entre gasto com folha e or�amento. N�o temos descontrole na folha de pagamento", falou. Segundo ela, as flutua��es no cen�rio internacional hoje afetam o Pa�s, mas antes, no passado, o quebrariam.
Ela tamb�m afirmou que as pessoas precisam lembrar que, com dois meses e meio de novo governo, h� s�rie de programas em andamento. Neste momento, citou o bem-sucedido leil�o da ponte Rio-Niter�i.
A presidente reconheceu que o Pa�s sofre de fato um desequil�brio fiscal e justificou o ajuste repetindo o que j� havia relatado no discurso, durante o evento, que o poder p�blico absorveu muitas coisas nos �ltimos anos para que a crise internacional n�o atingisse a popula��o. De acordo com a presidente, agora que o governo n�o tem mais condi��es de absorver tudo, alguns pontos precisam ser "revisados".
"N�s fizemos desonera��es muito significativas. Esta da folha salarial, sozinha, equivale a R$ 25 bilh�es. O que estamos fazendo n�o � acabar com os R$ 25 bilh�es, estamos reduzindo para R$ 12 bilh�es.
Ela tamb�m admitiu que o governo est� fazendo corre��es em programas sociais. "No ano passado, tiramos 1,3 milh�o de fam�lias do Bolsa Fam�lia porque mecanismos de auditoria indicavam que pessoas tinham sa�do do limite da renda. Enquanto as pessoas que n�o estavam enquadradas passaram a se enquadrar: sa�ram 1,3 milh�o e entraram 750 mil".
Dilma ainda revelou que o governo pretende rever o seguro-defeso. "Somos a favor do seguro-defeso para o pescador sim. Mas n�o � poss�vel que o pescador que esteja no semi�rido e receba seguro-defeso", avaliou.
Bem-humorada, Dilma brincou com os rep�rteres em mais de uma ocasi�o e, ao se despedir, disse que iria embora porque o hor�rio do almo�o j� tinha passado e ela estava fazendo dieta.