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Estado de Minas

Com postura dupla, PMDB serve ao governo e a oposi��o e culpa PT por perda de for�a

Com o enfraquecimento pol�tico da presidente Dilma Rousseff entre aliados e oposi��o no Congresso Nacional, o PMDB assume o protagonismo no Executivo e no Legislativo


postado em 22/03/2015 06:00 / atualizado em 22/03/2015 07:15

O PMDB tem sido responsável por dificultar o andamento ou mesmo barrar na Câmara dos Deputados e no Senado projetos que contrariaram os interesses do governo federal(foto: Ueslei Marcelino/Reuters )
O PMDB tem sido respons�vel por dificultar o andamento ou mesmo barrar na C�mara dos Deputados e no Senado projetos que contrariaram os interesses do governo federal (foto: Ueslei Marcelino/Reuters )

Bras�lia – O PMDB, que tem tirado o sono da presidente Dilma Rousseff neste in�cio de segundo mandato, mant�m a mesma postura amb�gua — sustentar a governabilidade e alimentar a oposi��o — que adota desde a redemocratiza��o do pa�s, em 1985. Com sete governadores, 66 deputados (incluindo o presidente da C�mara, Eduardo Cunha) e 18 senadores (incluindo o presidente do Senado, Renan Calheiros), a legenda tem ditado o ritmo do governo. Discretos, peemedebistas, contudo, negam estar mais fortes. Para eles, o tamanho � o mesmo de sempre, e o Pal�cio do Planalto e o PT � que perderam for�a.

Embora soe como uma falsa mod�stia, a an�lise n�o est� errada, de acordo com C�sar Romero, professor de ci�ncia pol�tica da Pontif�cia Universidade Cat�lica do Rio de Janeiro (PUC-RJ). “Com um governo fragilizado, � claro que os aliados cobram um pre�o maior para declarar apoio”, afirma. Para ele, a fragilidade de Dilma � um fen�meno curioso, que a torna semelhante aos ex-presidentes Fernando Collor, hoje senador pelo PTB, mas eleito presidente em 1989 pelo nanico PRN, e Fernando Henrique Cardoso (PSDB), eleito e reeleito presidente em 1995 e 2002. No primeiro caso, como a vantagem de Collor sobre Lula foi apertada (53% a 47%), a oposi��o (na �poca, o PT) pressionou o governo federal at� a sa�da do presidente. J� FHC, ao ser reeleito em 1998, alterou a pol�tica econ�mica — mais especificamente, a quest�o cambial — sem avisar previamente os eleitores, desagradando a base.

“Dilma venceu a elei��o por 52% a 48%, o que ati�a a oposi��o a continuar pressionando o Planalto. E passou a campanha dizendo que os fundamentos econ�micos eram robustos e mudou tudo ao tomar posse para um novo mandato”, diz Romero. “Dilma tem dificuldades para assegurar a governabilidade sem o maior partido da alian�a”, explica o professor da PUC-RJ.

�nico partido de oposi��o autorizado pelos militares — oponente da Arena e posterior PDS, que davam sustenta��o pol�tica aos ent�o governantes — o MDB, que tamb�m mudou depois do fim do bipartidarismo para PMDB, tornou-se, durante a ditadura, um guarda-chuva para todos que discordavam do regime de exce��o. Chegou ao Planalto em 1985, com Jos� Sarney no lugar de Tancredo Neves, morto em 21 de abril daquele ano.

Sarney implementou o Plano Cruzado e o PMDB foi o grande vencedor das elei��es estaduais de 1986, consolidando a hegemonia. Pouco depois das urnas, o Cruzado caiu, Sarney se desgastou e Ulysses Guimar�es passou a ser mero figurante do partido na corrida eleitoral de 1989. “Curiosamente, Dilma sofre um processo de ‘sarneyza��o’”, compara C�sar Romero. Em 1994, novo fraco desempenho do PMDB na corrida eleitoral, com o ex-governador de S�o Paulo Orestes Qu�rcia. Os tucanos chegaram ao Planalto.

Mas o PSDB — formado a partir de uma dissid�ncia do PMDB em 1988 — escolhe o PFL como parceiro preferencial. Precisava, contudo, do PMDB para evitar CPIs e crises pol�ticas no Congresso, o que obrigou FHC a nomear Eliseu Padilha — o mesmo que hoje est� na Secretaria de Avia��o Civil — e Iris Rezende para ministros dos Transportes e Justi�a, respectivamente.

Aproxima��o


Na elei��o para suceder Fernando Henrique, o PMDB age com a mesma ambiguidade. Lan�a Rita Camata (ES) como vice de Jos� Serra (PSDB-SP), mas boa parte dos diret�rios fica neutro ou apoia a elei��o de Luiz In�cio Lula da Silva (PT). Escalado como principal operador pol�tico do governo petista eleito, Jos� Dirceu acerta pessoalmente com Michel Temer — atual vice-presidente da Rep�blica e presidente do PMDB — a entrada da legenda na gest�o petista. Lula indica Dilma Rousseff para Minas e Energia, mela o acordo e a alian�a formal com o PT s� ocorreria quatro anos depois, com Lula reeleito.

Considerado essencial, o PMDB entrou na chapa eleitoral de Dilma em 2010, com Michel Temer como vice. Alguns poucos sustos, uma queixa generalizada de mau relacionamento com o principal aliado. Mas a economia n�o patinava t�o explicitamente como hoje e os �ndices de popularidade eram bem melhores do que os atuais. “Ao ser reeleita, Dilma quis fazer um governo � sua fei��o. Mas n�o contava com os protestos das ruas e com o abandono do PT. Ela precisa se recompor com o pr�prio partido e com Lula para n�o ficar t�o ref�m do PMDB”, explica C�sar Romero.


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