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Estado de Minas

Delator entrega recibos do PT de doa��es que ocultaram propina


postado em 23/03/2015 20:49

Curitiba e S�o Paulo, 23 - O delator Augusto Mendon�a, do grupo Setal, entregou � Justi�a Federal os recibos de doa��es partid�rias e eleitorais feitas por suas empresas para o PT entre 2008 e 2012 como forma de ocultar dinheiro de propina desviado da Petrobras.

O tesoureiro petista, Jo�o Vaccari Neto, e o ex-diretor de Servi�os da estatal Renato Duque - preso pela segunda vez h� uma semana, na d�cima fase da Opera��o Lava Jato - teriam sido as pe�as centrais da lavagem de dinheiro, que transformava recursos ilegais em legais dentro do sistema oficial de repasses para partidos e campanhas.

Os documentos foram anexados � den�ncia criminal aceita nesta segunda-feira, 23, pelo juiz federal S�rgio Moro - que conduz os processos da Lava Jato -, contra Duque, Vaccari, o lobista Adir Assad, e outras 24 pessoas.

No material est�o quatro recibos emitidos pelo PT de doa��es para o Diret�rio Nacional do partido de R$ 500 mil, em 2010. O valor repassado em 7 de abril, quando era dada a largada para a campanha da presidente Dilma Rousseff, foi o mais alto doado dentro de uma lista de 24 repasses partid�rios e de campanha listados pelo delator.

S�o quatro recibos, com n�meros sequenciais, datados de 7 de abril de 2010. Tr�s com valores de R$ 150 mil e um de R$ 50 mil.

A den�ncia da for�a-tarefa da Lava Jato sustenta que R$ 4,26 milh�es desviados de duas obras de refinarias (Repar, no Paran�, e Replan, em Paul�nia) foram parar nas contas de diret�rios do PT, entre 2008 e 2012.

Foram beneficiados: o Diret�rio Nacional, o Diret�rio da Bahia, o Diret�rio Municipal de Porto Alegre e o Diret�rio Municipal de S�o Paulo. Os pagamentos foram prioritariamente para o PT nacional, com libera��es mensais.

Por meio de quatro empresas de Mendon�a foram feitas 24 doa��es eleitorais para o PT. Primeiro executivo a fazer dela��o com a Lava Jato, em 2014, Mendon�a confessou que pagou propinas "acertadas com Renato Duque" em forma de doa��es.

"Houve 24 doa��es eleitorais feitas ao longo de 18 meses por empresas vinculadas ao grupo Setal para pagamento de propina ao Partido dos Trabalhadores. Essas doa��es eleitorais foram feitas a pedido de Renato Duque e eram descontadas da propina devida � diretoria de Servi�os", declarou o procurador.

"Jo�o Vaccari indicava as contas dos diret�rios, onde deveriam ser feitos esses dep�sitos", sustenta o MPF. "Temos evid�ncia de que Jo�o Vaccari Neto tinha consci�ncia de que esses pagamentos eram feitos a t�tulo de propina, porque ele se reunia com regularidade com Renato Duque para acertar valores devidos", explicou o procurador.

Dela��es

O empres�rio e operador de propinas Augusto Mendon�a afirmou � Lava Jato que fez "supostas 'doa��es', que eram pagamentos de propina, a pedido de Renato Duque e com o aux�lio de Jo�o Vaccari".

"Cada pagamento era deduzido do montante de propina devido. O momento das propinas e os valores eram indicados por Renato Duque, enquanto as contas e Diret�rios do PT que recebiam os pagamentos eram indicados por Jo�o Vaccari".

"A vincula��o entre as doa��es pol�ticas e os pagamentos feitos pela Petrobr�s aos Cons�rcios Interpar e Intercom pode ser comprovada pela compara��o entre as datas em que a Petrobr�s pagou os cons�rcios e as datas, subsequentes, em que empresas controladas por Augusto Mendon�a promoveram a transfer�ncia de propina disfar�ada de doa��es oficiais para partido pol�tico", sustenta a den�ncia do MPF.

Os cons�rcios Interpar e Intercom s�o formados pela Mendes Jr, MPE e SOG e atuaram em obras da Repar e Replan.

O tesoureiro foi denunciado por corrup��o passiva - por conta dos desvios em obra da Petrobras - e lavagem de dinheiro - por causa das doa��es partid�rias.

Vaccari e Duque e outros 25 denunciados s�o apontados no desvio de R$ 135 milh�es em quatro obras: na Refinaria Presidente Get�lio Vargas (Repar), no Paran�, na Refinaria de Paul�nia (Replan), no Gasoduto Pilar-Ipojuca (Alagoas-Pernambuco) e no Gasoduto Urucu-Coari (Amazonas).

Na semana passada, quando a Procuradoria denunciou Vaccari, seu advogado, o criminalista Luiz Fl�vio Borges D�Urso, em nota, recha�ou as suspeitas contra o tesoureiro do PT.

"O sr. Vaccari repudia as refer�ncias feitas por delatores a seu respeito, pois as mesmas n�o correspondem � verdade. Torna-se importante reiterar que o sr. Vaccari n�o participou de nenhum esquema para recebimento de propina ou de recursos de origem ilegal destinados ao PT.Ressaltamos que causa estranheza o fato de que o sr. Vaccari n�o ocupava o cargo de tesoureiro do PT no per�odo citado pelos procuradores, durante entrevista no dia de hoje, uma vez que ele assumiu essa posi��o apenas em fevereiro de 2010".

Duque, por meio de seu advogado, Alexandre Lopes, tamb�m nega enfaticamente envolvimento com o esquema de propinas na estatal.

Duque est� preso na PF em Curitiba e ser� transferido para um pres�dio do Estado.


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