Gra�a confessa que se sente "envergonhada" diante da corrup��o na Petrobras

Bras�lia – Ouvida messa quinta-feira pela quinta vez no Congresso Nacional – a primeira como ex-presidente da Petrobras – para dar explica��es sobre as suspeitas de irregularidades na empresa, Gra�a Foster admitiu que a estatal “merecia uma presidente mais eficiente”. Durante depoimento na Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) da Petrobras, na C�mara dos Deputados, ao ser perguntada se o sistema de governan�a e de auditoria da Petrobras  confi�vel, ela lembrou que a estatal teve um sistema de fiscaliza��o que n�o funcionou: “Temos um sistema que n�o detectou os desvios. A Petrobras merecia uma presidente mais eficiente do que eu na gest�o. N�o acredito na gest�o perfeita. Acredito na melhoria da gest�o sempre”.

Gra�a afirmou se sentir “envergonhada” e ter um “constrangimento muito grande” pelos relatos de propina na estatal. Gra�a ainda confirmou a tese levantada pelo tamb�m ex-presidente da estatal Jos� S�rgio Gabrielli de que a corrup��o se formou fora da Petrobras e n�o foi poss�vel de ser detectada pelo controle interno nem pelas auditorias externas. Segundo ela, as suspeitas de corrup��o envolvendo a estatal vieram � tona devido ao trabalho da Pol�cia Federal e do Minist�rio P�blico Federal (MPF). De acordo com Gra�a, mecanismos de controle interno e externo, como Tribunal de Contas da Uni�o (TCU) e Controladoria Geral da Uni�o (CGU), n�o conseguiram detectar as irregularidades. “Eu l�gico que passo horas do meu dia pensando em tudo que est� acontecendo na Petrobras. Eu entrei aqui nas outras CPIs, em audi�ncias, com muito mais coragem do que entro hoje aqui. (…) Eu tenho realmente um constrangimento muito grande por tudo isso, de olhar pra voc�s”, declarou a ex-presidente.

Funcion�ria de carreira da petroleira, Gra�a Foster deixou o comando da empresa em fevereiro desgastada pela crise motivada pelas revela��es da Opera��o Lava-Jato, que apura desvio de dinheiro e pagamento de propina na estatal. Contou aos deputados ter se aposentado h� cerca de dois meses. Para ela, a Lava-Jato muda a estatal “para melhor”: “N�s n�o vamos esquecer nunca o ano de 2014, mas a Lava-Jato realmente muda a Petrobras para melhor, n�o tenho d�vida disso”. Gra�a defendeu que a companhia continue sendo de controle estatal. “Privatizar a Petrobras e deixar os corruptos l� dentro n�o faz sentido. Manter a Petrobras e tamb�m deixar os corruptos, n�o faz sentido”, disse, afirmando que � preciso “acertar a gest�o da companhia”.

JOS� DIRCEU A Justi�a Federal deu prazo de 10 dias para a empreiteira Camargo Corr�a entregar c�pia de todos os contratos celebrados com a empresa JD Assessoria e Consultoria, controlada pelo ex-ministro Jos� Dirceu. A ordem judicial atende pedido da Procuradoria da Rep�blica, que investiga a empreiteira no esquema de corrup��o na Petrobras. A investiga��o mostra que a Camargo Corr�a firmou contratos com a JD de Dirceu no valor de R$ 844,6 mil, pago parceladamente entre maio de 2010 e fevereiro de 2011.

‘Estelionato eleitoral’

A revista brit�nica The Economist publica um novo editorial sobre o Brasil na edi��o que chega �s bancas neste fim de semana. Com o t�tulo “Lidando com Dilma”, a publica��o diz reconhecer os motivos que deixam brasileiros “fartos” da presidente Dilma Rousseff. Para a The Economist, Dilma mentiu na campanha e os eleitores est�o percebendo que foram v�timas de um “estelionato eleitoral”. “Mas um impeachment seria uma m� ideia, pois enfraqueceria as institui��es”, diz a revista, que argumenta: erros cometidos no primeiro mandato de Dilma � que teriam levado o Brasil � situa��o atual que exige corte de gastos p�blicos e aumento de impostos e juros.