Rio, 27 - A Executiva Nacional do PSOL decidiu suspender o deputado federal Cabo Daciolo (RJ), retirando dele o direito de representar a legenda, de fazer apari��es p�blicas ou declara��es em nome do partido e de participar de reuni�es da bancada. O processo de infidelidade partid�ria ser� analisado pela Comiss�o de �tica Nacional. O Diret�rio Nacional deve decidir pela expuls�o de Daciolo em 16 de maio. Daciolo n�o foi localizado pela reportagem para comentar a suspens�o.
"A possibilidade de expuls�o do partido � muito grande. A posi��o un�nime no PSOL � que os �ltimos fatos s�o grav�ssimos. Ele tem muito potencial como parlamentar, mas suas atitudes t�m vindo de encontro ao que o partido defende", disse Luiz Ara�jo, presidente nacional do PSOL.
Daciolo contrariou o partido ao protocolar na quarta-feira Proposta de Emenda � Constitui��o (PEC) que altera a reda��o do par�grafo �nico do artigo 1.� da Constitui��o Federal, para declarar que "todo poder emana de Deus". O texto original diz que "todo poder emana do povo".
"A legitimidade do povo para votar e exercer a cidadania conquistada atrav�s do instrumento da democracia n�o exclui a autoridade de Deus sobre as nossas vontades e des�gnios. Se Deus pode nos proteger de algum mal, logo subtende-se que o poder est� em suas m�os", afirma Daciolo na justificativa da PEC.
Amarildo
Daciolo criou outra pol�mica com o PSOL ao afirmar ser ilegal a pris�o preventiva dos policiais militares acusados da tortura, assassinato e desaparecimento do pedreiro Amarildo de Souza em 2013, no Rio. "Vinte e cinco militares respondendo por um crime que n�o cometeram. Quero deixar bem claro, vamos solicitar a presen�a do Direitos Humanos da Presid�ncia da Rep�blica", disse o deputado em discurso na C�mara em 19 de mar�o.
No primeiro mandato parlamentar, Benevuto Daciolo Fonseca dos Santos, de 38 anos, � evang�lico. Ele liderou a greve dos bombeiros em 2011 no Rio.