
O governo de Minas apresentou na tarde desta ter�a-feira resultado de auditoria feita para verificar a situa��o da administra��o estadual nos �ltimos anos. Segundo os dados apresentados pelo secret�rio da Fazenda, Jos� Afonso Bicalho; secret�rio de Estado de Planejamento e Gest�o, Helv�cio Magalh�es e Murilo Valadares, respons�vel pela pasta de Transporte e Obras P�blicas, a d�vida estadual, os gastos com funcionalismo e cr�ticas � constru��o da Cidade Administrativa s�o alguns dos problemas da gest�o anterior.
Antes de apresentar os n�meros, Fernando Pimentel - que participou apenas dos primeiros minutos da coletiva -, afirmou que a situa��o do estado � “cr�tica”. Pimentel disse que a divulga��o dos dados n�o tem car�ter pol�tico. Mas destacou que recebeu a casa “desarrumada” e que precisar� “ser transparente” para recuperar a capacidade de gerenciamento do estado. “N�o � uma disputa pol�tica, n�o tem nenhum outro objetivo a n�o ser cumprir com os compromissos assumidos com Minas. A situa��o � grave e cr�tica do ponto de vista or�ament�rio, financeiro e de gerenciamento”, afirmou deixando o local.
Segundo Pimentel, o d�ficit de mais de R$ 7 bilh�es previsto para contas p�blicas este ano � o resultado de um problema crescente no estado. "O que o estado tem a oferecer � um d�ficit. Ele n�o caiu do c�u. Vem sendo constru�do. N�o estamos falando de um governo que ficou tr�s meses, seis meses. Estamos falando de um governo que ficou a� anos", observou o governador. Ao todo, segundo ele, 500 obras est�o paradas atualmente.
Coube ent�o aos secret�rios apresentar o quadro anunciado pelo governador. Segundo o secret�rio da Fazenda, Jos� Afonso Bicalho, o estado n�o possui equilibrio fiscal e a d�vida aumentou nos �ltimos oito anos. O valor, segundo ele, saltou de R$ 52 bilh�es para R$ 94 bilh�es. No mesmo per�odo teriam sido pagos R$ 32 bilh�es de servi�o da d�vida de 2007 a 2014. Ele destacou que a folha de pagamento est� inchada, o que compromete o fechamento do or�amento. “Estamos operando em um sistema fiscal insustent�vel no m�dio e longo prazo e com custo com pessoal crescendo acima da receita”, afirmou.
J� Helv�cio Magalh�es, respons�vel pela pasta de Planejamento e Gest�o, afirmou que a administra��o anterior apresentou v�rios problemas de gest�o. Ele disse que a viol�ncia aumentou nos �ltimos anos e disse que o estado n�o tomou as medidas necess�rias para amenizar os efeitos da crise h�drica. O secret�rio afirmou que os dados sobre seguran�a mostram que entre 2002 e 2012 o n�mero de homic�dios saltou de 2.977 para 4.535. "Das 11265 viaturas da PM, 4562 est�o fora da rua por fata de manuten��o. No Corpo de Bombeiros, 373 carros est�o fora de combate. Os pres�dios mineiros t�m 32 mil vagas, mas hoje comportam 66 mil presos".
Sobre a cidade administrativa, Helv�cio afirmou que a constru��o n�o representou “retorno nenhum” em economia para os cofres do estado. Segundo ele, os recursos empenhados para erguer o espa�o que ele classificou como “a maior obra” da gest�o passada, custaram volume muito expressivo. “� desproporcional em 12 anos ser maior obra do governo estado. Investimento de cerca R$ 2 bilh�es vinda de uma riqueza dos mineiros”, disse.
O secret�rio de obras, Murilo Valadares, destacou que o planejamento das obras foi mal feito na gest�o passada. Ele citou como exemplo o Anel Rodovi�rio de BH para afirmar que falta di�logo entre a administra��o estadual com os �rg�o federais. “N�o quero entrar em muito detalhe, s� um exemplo, o famoso anel rodovi�rio, esse anelzinho a�, o Dnit n�o coversa com DER. Ningu�m conversava direito, agora a gente est� conversando e para evitar pol�mica s� com ata registrada”, disse. Ele ainda acrescentou que este problema de falta de di�logo tamb�m atrapalhou o desenvolvimento das obras do metr� da capital.
Resposta tucana
Em defesa da gest�o tucana, o l�der da minoria na Assembleia, deputado Gustavo Valadares (PSDB), afirmou que o an�ncio do governo de Minas � "uma cortina de fuma�a" para explicar o n�o cumprimento de promessas eleitorais. O tucano avaliou que grande parte das obras paralisadas � reflexo do cancelamento de empr�stimos do Governo Federal. Ele aproveitou ainda para defender o d�ficit zero que foi tratado como “inexistente” pela atual gest�o. “O Fernando do PT e da Dilma envergonharam nosso estado. Enquanto outros governadores anunciam o que est�o fazendo nesses 100 dias ele vem com mimimi e xoror�”,
Valadares usou o mesmo discurso feito para atacar a gest�o da presidente Dilma Rousseff para rebater as den�ncias do governo de Minas. “O que eles est�o fazendo � tentar enganar a popula��o. Para que a popula��o n�o perceba que o que aconteceu aqui foi o mesmo que aconteceu na esfera federal: um estelionato eleitoral. At� agora, eles j� falaram que n�o cumpriram duas propostas de campanha”, disse.
O tucano ainda rebateu as cr�ticas do PT e apresentou n�meros para desqualificar a acusa��o dos advers�rios. Conforme Valadares, os senadores A�cio Neves e Ant�nio Anastasia – ambos do PSDB -, e o ex-governador Alberto Pinto Coelho (PP) “devem estar hoje envergonhados com tamanha incompet�ncia de Pimentel”.
Sobre seguran�a, Gustavo Valadares disse que os problemas enfretados em Minas s�o resultado da falta de seguran�a que afeta todos os estados. “Entre 2003 a 2015 o estado aumentou em 84% sua frota de viaturas policiais. As vagas no pres�dio, eram 5 mil vagas, deixamos o estado com mais de 30 mil vagas nos pres�dios. Todos os investimentos feitos com recurso do estado. Fomos o estado que mais investiu proporcionalmente em seguran�a p�blica”, disse.
Valadares minimizou poss�veis problemas nas escolas, dizendo que a classifica��o do estado no IDEB, que mostram Minas em boa coloca��o, desmetem as acusa��es de falta de infraestrutura. “ De 2011 at� 2013 foram investidos R$ 540 milh�es apenas em constru��es, amplia��es e reformas de escolas estaduais. Em 2014 foram mais R$ 200 milh�es. Foram 2.454 obras em escolas entregues”, destacou.