
O vice-presidente da Rep�blica, Michel Temer (PMDB), disse nesta quinta-feira, 9, que o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) demonstrou otimismo com sua indica��o para assumir a articula��o pol�tica do governo Dilma Rousseff. "Delicadamente, ele disse que talvez eu me saia bem", disse Temer ao deixar o Instituto Lula, na capital paulista, ap�s uma reuni�o de uma hora e meia com o petista.
Temer enfatizou que foi escolhido pela presidente Dilma por sua experi�ncia no Congresso Nacional, onde atuou como parlamentar por 24 anos e foi presidente da C�mara tr�s vezes. Ao ser questionado sobre seus antecessores na coordena��o pol�tica, petistas, o vice evitou pol�micas e refor�ou a mensagem de "parceria" com Dilma. "Tudo que eu fa�o � combinadamente com a presidenta Dilma", afirmou Temer. "N�o h� ingovernabilidade. Eu sou vice-presidente da Rep�blica. Quando a presidente me pediu (para assumir a articula��o), ela disse 'n�s somos parceiros, voc� vai me ajudar a governar'".
Temer foi chamado nesta semana a assumir a articula��o pol�tica do governo. A recomenda��o de ceder a fun��o ao PMDB partiu do pr�prio Lula, ap�s o governo sofrer sucessivas derrotas no Congresso, em grande parte impostas pelos peemedebistas Eduardo Cunha (RJ), presidente da C�mara, e Renan Calheiros (AL), presidente do Senado. A primeira op��o de Dilma foi convidar Eliseu Padilha a trocar a Avia��o Civil pela Secretaria de Rela��es Institucionais. Em um movimento desastrado, contudo, o Planalto viu a recusa de Padilha se tornar p�blica. Dilma optou ent�o por incorporar a SRI � vice-presid�ncia.
Nesse movimento, foi oferecida a Temer autonomia e liberdade para indica��o de cargos de segundo e terceiros escal�es. Temer assumiu ter tal liberdade de indica��o, mas disse que passar� os nomes pelo crivo de Dilma. "A presidenta me deu poderes para tanto. Evidentemente que eu sempre conversarei com ela, afinal ela � a presidenta da Rep�blica, mas tenho autonomia para fazer todos os levantamentos, todos os estudos", disse. Ele alegou, contudo, que esse � um ponto de menor import�ncia ante sua miss�o de promover o di�logo com parlamentares, governadores e prefeitos - tarefa que disse que vai desempenhar com "tranquilidade".
Ao final da breve fala a jornalistas, Temer disse que vai examinar na semana que vem sair da presid�ncia nacional do PMDB. Ele afirmou ter conversado bastante sobre o tema nos �ltimos dias. Ele n�o quis comentar a eventual sucess�o por Valdir Raupp (RO), primeiro-vice-presidente da sigla e investigado na Opera��o Lava Jato. Raupp disse nesta quinta-feira que assumir� a presid�ncia se Temer se licenciar. A posi��o, segundo o senador, deve ser anunciada na pr�xima segunda-feira, 13.
Temer se reuniu com Lula com o objetivo principal de falar sobre reforma pol�tica. Ele se disse satisfeito em encontrar um ex-presidente "entusiasmado" com o tema.