
No entanto, n�o ficou assegurado que outras eventuais propostas que a base queira fazer avan�ar no Congresso e que n�o tenham impacto econ�mico sejam resguardadas.
Ficou claro durante o dia tamb�m que Temer, presidente nacional do PMDB, enfrenta desconfian�a dentro do pr�prio partido, principalmente em rela��o � "autonomia" que ter� para desempenhar o papel de articulador pol�tico. Lideran�as do PMDB da C�mara e do Senado demonstraram j� na estreia do vice-presidente na nova fun��o que, se depender de sua pr�pria legenda, ele n�o ter� facilidades para conduzir o processo de negocia��o com o Congresso.
A presidente Dilma Rousseff foi obrigada a entregar a articula��o pol�tica do governo a Temer ap�s o ministro da Avia��o Civil, Eliseu Padilha (PMDB), recusar o posto.
Entre os primeiros desafios do vice-presidente na rela��o com os parlamentares est� a discuss�o das propostas contidas no pacote de ajuste econ�mico.
Nesse sentido, apesar da assinatura do documento, integrantes da coaliz�o governista d�o como certo que ele n�o conseguir� manter as restri��es defendidas pelo Planalto nos benef�cios trabalhistas e previdenci�rios.
Um primeiro sinal da dificuldade que Temer enfrentar� foi dado pela bancada da sigla na C�mara. Em reuni�o realizada na quarta-feira, os deputados decidiram que ser� mantida a postura de "independ�ncia". O encontro foi marcado pela divis�o entre os que declararam apoio � ida de Temer para a nova fun��o e aqueles que classificaram como "equ�voco" em raz�o de a iniciativa enraizar o PMDB no governo no momento de crise.
Minist�rios
A demonstra��o de independ�ncia da bancada foi colocada em pr�tica antes mesmo do encontro, quando integrantes do partido defenderam, na Comiss�o de Constitui��o e Justi�a (CCJ), a aprova��o da proposta que reduz de 39 para 20 o n�mero de minist�rios. A sess�o foi interrompida por causa do in�cio dos trabalhos no plen�rio da C�mara. "N�o estou preocupado com isso (agradar ou desagradar ao governo)", disse o l�der do PMDB, Leonardo Picciani (RJ). "N�o vou nem dizer am�m nem dizer n�o s� por dizer. Vamos dialogar (com o governo)."
No Senado, onde Temer tem menos "ascend�ncia" entre as lideran�as do PMDB, a postura � de compasso de espera. Para senadores peemedebistas, tudo vai depender da autonomia que Dilma dar� ao vice para resolver as demandas da bancada: as indica��es de segundo escal�o, a libera��o das emendas dos parlamentares e at� mesmo os pedidos de simples audi�ncias com ministros.
Temer tem tentado agradar ao grupo do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL). Internamente, ele admite deixar a presid�ncia do PMDB para dar lugar ao senador Romero Juc� (RR), aliado de Renan e eleitor do senador A�cio Neves (PSDB) na elei��o presidencial.
A�cio ironizou a ida do vice-presidente para a coordena��o pol�tica do governo. "Dilma introduziu a ren�ncia branca. H� um interventor na economia (Joaquim Levy, ministro da Fazenda) que pratica tudo aquilo que ela combateu no primeiro mandato. E ela delegou a coordena��o pol�tica ao vice que desprezou. E ainda � ref�m dos presidentes da C�mara e do Senado." (Colaboraram Isadora Peron e Pedro Venceslau)