
Os ex-governadores de Minas Gerais A�cio Neves (PSDB), Antonio Anastasia (PSDB) – ambos atualmente senadores – e Alberto Pinto Coelho (PP) se reuniram nessa sexta-feira para rebater os n�meros negativos da administra��o estadual, divulgados pelo governador Fernando Pimentel (PT) durante apresenta��o do diagn�stico das contas p�blicas. O discurso deles foi comum: o petista e sua equipe estariam “mentindo” e jogando para a gest�o anterior a culpa pela “incapacidade” de cumprir as promessas de campanha. A�cio se valeu de uma express�o italiana, usada pela guarda costeira ao comandante do navio Costa Concordia, logo ap�s o naufr�gio, em 2012, : “O que tenho para dizer ao PT � ‘Vada a bordo’ (Volte a bordo), e v� governar Minas Gerais”, disse A�cio, contestando, principalmente, os dados apresentados pelos petistas sobre o desempenho da educa��o nas gest�es tucanas.
A�cio, Anastasia e Alberto Pinto Coelho destacaram n�meros positivos dos �ltimos anos, como os dados do �ndice de Desenvolvimento da Educa��o B�sica (Ideb), do Minist�rio da Educa��o, mostrando que o ensino fundamental da rede estadual obteve o maior �ndice do pa�s em 2009 e 2011 – em rela��o aos anos iniciais – e em 2013, nos anos finais. No ensino m�dio, ainda de acordo com dados apresentados pelo PSDB, Minas ocuparia a quarta posi��o entre 26 estados brasileiros. No aprendizado do portugu�s, as escolas estaduais apresentaram a maior taxa no 5º e 9º anos. J� em matem�tica, os estudantes mineiros lideram no 9º ano e ocupam a segunda posi��o no 5º ano, de acordo com o PSDB.
Sobre a situa��o da rede estadual, o argumento dos tucanos � que o Censo Escolar 2013 apontou que Minas aparece na segunda coloca��o em termos de escolas com biblioteca, 99% t�m cozinha, 88% s�o dotadas de laborat�rio de inform�tica, 68% de quadra de esportes e 98% t�m rede de internet. Todos esses �ndices seriam superiores � m�dia nacional.
Esses n�meros s�o parte de um documento que o PSDB pretende lan�ar em breve contestando todos os dados apresentados pelo governo petista sobre a situa��o do estado. Esta parte, que trata exclusivamente de educa��o, foi intitulada “A verdade de Minas contra a mentira do PT”. Nele, o PSDB reclama que em outubro do ano passado o presidente nacional do PT, Rui Falc�o, teria orientado a milit�ncia a “desconstruir a imagem dos governos tucanos em todo o pa�s”, com destaque para a gest�o de Minas Gerais.
“O que assistimos fica no limite entre o pat�tico e o rid�culo. Pela primeira vez a c�pula de um governo se re�ne n�o para anunciar medidas, metas, mas para mentir aos mineiros, tentando responsabilizar o passado pela sua incapacidade”, afirmou A�cio Neves, que governou Minas entre 2003 e abril de 2010, quando deixou o cargo para disputar uma cadeira mineira no Senado. O tucano argumentou ainda que os 12 anos de gest�o do PSDB e PP tiveram reconhecimento nacional. “O que eu percebo � um governo assustado com suas responsabilidades de governar Minas Gerais”, criticou. Ele lembrou ainda que o PT, ao chegar ao Pal�cio do Planalto com a elei��o do ex-presidente Lula, adotou comportamento semelhante, criticando as medidas adotadas por Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Idealizador do choque de gest�o – classificado pelo PT de um engodo – e sucessor de A�cio no Pal�cio Tiradentes, Anastasia afirmou que os petistas querem “camuflar uma situa��o” com dados que “n�o correspondem � realidade”. Alberto Pinto Coelho, que entregou o cargo a Pimentel em 1º de janeiro, argumentou que “a verdade sempre falar� mais alto”. “Os governos petistas se notabilizam pela maquiagem de n�meros, pelos fact�ides. � lament�vel o que estamos vendo”, reclamou o ex-governador. A partir da semana que vem, os deputados estaduais da oposi��o v�o apresentar dados para contestar cada item das informa��es apresentadas por Pimentel e pelos secret�rios Helv�cio Magalh�es (Planejamento), Jos� Afonso Bicalho (Fazenda) e Murilo Valadares (Obras). Ser� o “diagn�stico do diagn�stico do PT”.
Auditorias Em nota encaminhada � imprensa, o governo estadual reafirmou que encontrou o caixa com um d�ficit or�ament�rio de R$ 7,2 bilh�es e que deu in�cio a uma s�rie de auditorias para apurar responsabilidades que levaram � paralisa��o de 493 obras, perda de 6 milh�es de medicamentos, suspens�o de conv�nios e outras pr�ticas que agravaram a situa��o social e econ�mica de Minas Gerais. A nota diz ainda que o governo “n�o pretende polemizar com administra��es passadas” e busca solu��es para os problemas encontrados.