
O protesto teve in�cio �s 14h, por�m, ao meio-dia, a PM interrompeu o tr�fego na avenida para facilitar a concentra��o dos manifestantes. O ato reuniu diversos grupos, sendo que parte deles pedia a sa�da da presidenta Dilma Rousseff. Alguns chegaram a pedir interven��o militar. Em uma reuni�o com a PM, foram determinados pontos fixos para os carros de som dos diferentes movimentos.
Foram montadas ainda tendas, pelo partido Solidariedade, para a coleta de assinaturas de apoio a um pedido de impeachment da presidenta. Um grupo de caminhoneiros da Grande S�o Paulo estacionou na Rua da Consola��o em apoio ao protesto.

“A manifesta��o � uma maneira da popula��o se expressar e isso ecoar para outras pessoas. Isso tem uma repercuss�o na m�dia, nas cidades do interior, para as pessoas que tamb�m compartilham dessa opini�o”.
A aposentada Julia Maria, de 78 anos, manifestou-se contra a corrup��o e defendendo mais oferta de servi�os p�blicos que atendam �s necessidades do povo. “Eu n�o tenho sa�de, n�o tenho educa��o, n�o tenho seguran�a, n�o tenho nada. N�o tem nada de satisfat�rio. � p�ssimo em todos os setores, federais, estaduais e municipais”, disse. Julia pediu que o governo invista em educa��o e cultura, principalmente.
Marta Matos, de 52 anos, tamb�m est� insatisfeita com os servi�os p�blicos e a corrup��o e disse que o governo precisa respeitar a popula��o e trabalhar pelo povo. “N�o quero ‘Fora Dilma’, n�o quero impeachment, s� quero que [os governantes] tenham vergonha na cara e comecem a agir como pol�ticos que eles s�o”, disse.
Marta estava ao lado do marido, Paulo Matos, de 54 anos. Para ele, a corrup��o � a quest�o mais preocupante no pa�s atualmente. “A ansiedade e expectativa por mudan�a me trouxe para c�, n�o podemos ficar aguardando as coisas acontecerem. Temos que ser mais politizados e tentar mudar de alguma forma essa situa��o”, ressaltou.
O movimento SOS For�as Armadas, que defende a interven��o militar, teve a menor ades�o entre as organiza��es que protestaram na Avenida Paulista na tarde de hoje. Em reuni�o com a Pol�cia Militar, os grupos que convocaram a manifesta��o definiram lugares fixos para os carros de som. Antes, o Movimento Brasil Livre chegou a acionar a Justi�a para que os grupos que defendiam a interven��o militar mantivessem dist�ncia do carro de som do movimento. Com o acordo, cada grupo ficou com um espa�o definido, e o Brasil Livre desistiu da demanda judicial.
Na opini�o de um dos organizadores do SOS For�as Militares, Mauro Guimar�es, a rejei��o dos outros movimentos em rela��o ao grupo � fruto de preconceito. Segundo Guimar�es, que � professor de ingl�s e j� serviu o Ex�rcito, a reivindica��o do movimento � baseada no Artigo 142 da Constitui��o.
Esse trecho da Carta Magna determina as atribui��es e o funcionamento das For�as Armadas. Guimar�es, no entanto, acrescenta, por conta pr�pria, uma suposta previs�o de interven��o militar ao texto constitucional. “A interven��o militar � quando o povo pede”, diz para tentar diferenciar a interven��o de golpe militar, como o que levou � ditadura iniciada em 1964 e que durou at� 1985.
No per�odo, o Estado brasileiro restringiu as liberdades individuais e praticou viola��es dos direitos humanos. A imprensa foi censurada e a liberdade de express�o suprimida. A tortura foi usada nos interrogat�rios dos opositores do regime.
Pelo menos 434 pessoas foram mortas ou desapareceram por a��o dos agentes da repress�o. Mas, segundo o relat�rio final da Comiss�o Nacional da Verdade, o n�mero n�o leva em conta os camponeses e ind�genas que tamb�m sofreram com as a��es dos agentes da ditadura. A identifica��o dessas pessoas dever� aumentar o n�mero de v�timas da ditadura.