
O ex-tesoureiro do PT Jo�o Vaccari Neto, alvo da Opera��o Lava Jato, est� "sereno, embora sofrendo com a injusti�a da pris�o". Segundo um advogado que esteve com ele na manh� desta quinta feira, 16, na Cust�dia da Pol�cia Federal em Curitiba (PR) Vaccari "est� muito confiante na Justi�a para restabelecer a sua liberdade e responder o processo em liberdade".
O ex-tesoureiro "passou bem a noite", diz o advogado que o visitou. Vaccari divide a cela com mais uma pessoa. "Vaccari foi tratado com muito respeito pela Pol�cia Federal e pelos policiais que conduziram a dilig�ncia, ali�s, padr�o de comportamento que deve ser destinado a todas as pessoas", declarou o criminalista Luiz Fl�vio Borges D’Urso, que coordena a defesa de Vaccari.
O advogado que esteve com Vaccari faz parte da equipe de D’Urso, que ficou em S�o Paulo para elaborar habeas corpus a ser apresentado ao Tribunal Regional Federal da 4.ª Regi�o (TRF4). A defesa pretende derrubar o decreto de pris�o do ex-tesoureiro.
Vaccari foi preso por ordem do juiz S�rgio Moro, que conduz todas as a��es criminais da Lava Jato - uma delas contra Vaccari por corrup��o e lavagem de dinheiro. A pris�o ocorreu em S�o Paulo na quarta feira, 15. De carro ele foi escoltado at� Curitiba, base da Lava Jato.
No habeas corpus, D’Urso pretende fustigar ponto a ponto os motivos que levaram a Justi�a a ordenar a pris�o de Vaccari. "O que tem de base para decreta��o da pris�o preventiva? Primeiro s�o palavras de delatores, o que n�o constitui prova. Nenhum ind�cio de prova existe para corroborar o que esses delatores falaram sobre Vaccari", afirma o criminalista.
D’Urso mira especificamente no relato do delator Augusto Mendon�a, executivo de empreiteira que fez parte do cartel na Petrobr�s. Segundo Mendon�a, o ex-tesoureiro solicitou propinas de R$ 2,5 milh�es para dep�sito na conta da Editora Gr�fica Atitude, ligada ao PT. "O delator afirma que depositou por suposta orienta��o do Vaccari valores na conta de uma gr�fica. Isso n�o � verdade, n�o aconteceu. Ele (Vaccari) n�o tem nenhuma rela��o com esse delator, muito menos com esses supostos dep�sitos a essa tal gr�fica."
O criminalista examinou atentamente o despacho de pris�o de Vaccari. "A decis�o tamb�m faz refer�ncia a movimento banc�rio e fiscal tanto da mulher quanto da filha de Vaccari. Diz essa decis�o que isso gerou suspeitas sobre a origem do dinheiro que foi movimentado nessas contas. Para tudo isso tem comprova��o, tem origem l�cita. Esses valores que transitaram nas contas da esposa e da filha de Vaccari s�o oriundos de remunera��o que ele recebeu ao longo dos anos pela sua atividade profissional."
D’Urso vai abordar no habeas corpus a ser protocolado no TRF4, que mant�m jurisdi��o sobre a Justi�a Federal no Paran�, a condi��o de Vaccari, tamb�m citada no decreto da pris�o, de ele ser tesoureiro do PT, agora ex. "Essa situa��o, segundo a decis�o, traria algum poder e influ�ncia pol�tica e, com isso, ele poderia alterar o curso das investiga��es. Isso � pura elocubra��o. Primeiro porque a posi��o de Vaccari como tesoureiro do partido nada tem a ver com o andamento de processo ou das investiga��es. Segundo porque o Vaccari sempre trouxe todos os esclarecimentos e toda a coopera��o �s investiga��es."
"Apesar disso, diante da pr�pria pris�o que ocorreu, Vaccari pediu o afastamento dessa posi��o no partido, uma vez que recolhido n�o tem condi��es de exercer as suas atividades como tesoureiro", pondera Luiz Fl�vio Borges D’Urso. "Dessa forma verifica-se que aquelas condi��es que justificam uma pris�o preventiva jamais estiveram presentes nesse caso concreto. Por isso estamos impetrando uma ordem de habeas corpus no TRF4, provando tudo isso para tentar se buscar a revers�o dessa ordem e a liberdade do Vaccari.