
Em documento anexado aos autos da Lava-Jato, o Minist�rio P�blico Federal diz que Arg�lo 'efetivamente colocou seu cargo � disposi��o de Alberto Youssef, podendo-se falar em uma verdadeira parceria entre ambos'. Na rela��o havia 'a constante solicita��o de vantagens indevidas por Luiz Arg�lo, as quais eram adimplidas por Youssef em troca de uma promessa de influ�ncia do ex-parlamentar em favor do doleiro'.
"A pr�tica de atos concretos por Luiz Arg�lo em favor de Youssef, por sua vez, n�o apenas esteve sempre � disposi��o dele, como efetivamente ocorreu em casos concretos", aponta a Procuradoria.
Um dos casos investigados pela Lava-Jato � um suposto desvio de recursos p�blicos e lavagem de dinheiro por meio da empresa Malga Engenharia. Em relat�rio entregue � for�a-tarefa, a Pol�cia Federal viu ind�cios da participa��o do ex-parlamentar no caso.
Youssef disse em depoimento que a Malga Engenharia foi criada por Leonardo Meirelles para executar obras. Uma delas seria para o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) em Gua�ra, no Paran�, com a Delta Engenharia.
"No ano de 2013, em raz�o de d�vidas que a empresa tinha, Leonardo ofereceu a empresa para o depoente (Youssef), o qual saneou as d�vidas e comprou novas m�quinas novas para constru��o civil, tais como retroescavadeira, esteiras, trator etc. e se associou com o deputado federal Jo�o Luiz Correa Arg�lo, j� deputado federal, e Ludovico, propriet�rio da Geopav, que possu�a expertise na �rea, para prestar servi�o de loca��o no Estado da Bahia para a empresa Renova Energia, empresa de energia e�lica que estava fazendo uma grande obra naquele estado para gera��o de energia", contou Youssef.
Meses antes de se associar a Youssef na Malga Engenharia, em 26 de abril de 2012, Luiz Arg�lo solicitou uma audi�ncia p�blica sobre energia e�lica no Brasil, na C�mara dos Deputados. A justificativa era a 'recente mudan�a global na matriz energ�tica com o objetivo de integrar cada vez mais as fontes renov�veis trouxe grandes ganhos a popula��o e ao Pa�s'. O pedido foi arquivado.
"A implanta��o destes sistemas tem esbarrado em obst�culos de grande porte. Recentemente na Bahia um empreendimento de parceria do estado foi ativado, contudo existem problemas na liga��o com a rede el�trica de responsabilidade da CHESF", disse Arg�lo � �poca. "Sabendo da nossa miss�o de antecipar os poss�veis entraves a infraestrutura nacional, creio que essa comiss�o deve avaliar o estado desta energia t�o necess�ria ao futuro do pa�s. Ademais com a vinda da RIO + 20 ao pa�s, cabe a comiss�o agir de forma incisiva para facilitar a convers�o da matriz energ�tica para um modelo de economia sustent�vel."
Neg�cios
Em depoimento, Leonardo Meirelles, laranja de Youssef, declarou que adquiriu a empresa Malga Engenharia por volta do ano de 2012. Segundo ele, o objetivo era atuar no ramo de loca��o de m�quinas para empreiteiras, a partir de contatos de Youssef.
"A ideia inicial seria de adquirir m�quinas usadas pelo valor depreciado da UTC (empreiteira que teve seu presidente preso na Lava-Jato) e loc�-las para as empresas de engenharia", contou.
Meirelles disse que no mesmo ano, o doleiro pediu que ele adquirisse caminh�es de coleta de lixo e ca�ambas. A ideia, afirmou o laranja do doleiro, era montar uma frota de equipamentos para atuar na coleta de lixo no interior da Bahia, estado de origem de Arg�lo.
"(Leonardo Meirelles) efetivamente foi at� uma empresa que atua na coleta de lixo localizada em S�o Matheus, acompanhado do ent�o deputado Luiz Arg�lo; que visitaram tamb�m uma empresa na Marginal Tiet� para aquisi��o de caminh�es com ca�amba para transporte de terra", diz o depoimento de Meirelles.
Em mar�o de 2013, contou Leonardo Meirelles, a empresa foi vendida para o doleiro por R$ 300 mil, sem nenhum equipamento. O ex-laranja de Youssef afirmou que Arg�lo indicou um fornecedor na Bahia. Segundo ele, a compra de 4 tratores de pneu, 2 rolos compactadores, uma p�-carregadeira com esteira e uma motoniveladora de 35 toneladas foi fechada pelo ex-parlamentar.
"Na compra foi dado um sinal por Alberto Youssef, cujo pagamento foi concretizado pelo declarante com um dep�sito em esp�cie no valor aproximado de R$ 520 mil no Banco Ita�", disse. "Esclarece ainda que a compra dos quatro tratores se deu por meio de uma empresa agropecu�ria de propriedade do pr�prio Luiz Arg�lo ou de seus familiares."
No contrato com a Renco, Arg�lo foi o fiador do neg�cio, 'o que refor�a os ind�cios de liga��o do mesmo como "s�cio oculto" da empresa Malga, ou ao menos como "participante" do esquema de contrata��o das obras referidas', diz a PF. A m�e do ex-deputado foi a fiel deposit�ria, a respons�vel a quem a Justi�a confiaria um bem caso houvesse um processo.