Comandatuba (BA), 18 - O ministro do Tribunal de Contas da Uni�o (TCU), Augusto Nardes, relator das contas do governo Dilma Rousseff, referentes ao ano passado, disse hoje que a presidente pode ser responsabilizada pelas "pedaladas fiscais", manobra com a qual o governo usou bancos p�blicos para cobrir despesas que deveriam ter sido pagas com recurso do Tesouro.
"A presidente pode ser responsabilizada, mas n�o cabe a mim dizer se isso abre caminho para o impeachment", afirmou, destacando que essa � uma atribui��o do Congresso Nacional. Nardes disse, ainda, que "sentiu" que o governo vai entrar com recursos protelat�rios para adiar o julgamento da legalidade das contas, mas ponderou que isso faz parte do jogo democr�tico. Respons�vel pelo julgamento das contas do governo Dilma, Nardes afirmou que a quest�o das pedalas poder� pesar no seu relat�rio final.
"Dei um prazo de 30 dias para definir as quest�es. Ano passado j� encontramos situa��o muito cr�tica. O Minist�rio da Fazenda n�o contabilizou c�lculos atuariais da Previd�ncia no valor de R$ 1,1 trilh�o. Chegamos pr�ximo de R$ 2,3 trilh�es n�o contabilizados no ano passado. E agora constatamos uma s�rie de empr�stimos atrav�s da Caixa e outras institui��es sem sustenta��o legal."
Ao destacar que o governo Dilma tem a inten��o de adiar essa quest�o, com os recursos protelat�rios, ele disse que isso faz parte do jogo democr�tico. "Se houver essa manobra de tentar adiar a nossa decis�o e n�o tivermos todas as respostas dispon�veis, poderemos criar um apartado(fazer um julgado em partes), mas vamos fazer todo o poss�vel - demos 30 dias de prazo improrrog�vel - para que os questionamentos sejam respondidos pelos diversos ministros para tomar uma decis�o do parecer pr�vio das contas da presidente Dilma." Ele avalia que vai relatar as contas de Dilma no dia 17 de junho.
Nardes participa do 14� Forum do Grupo de L�deres Empresariais (Lide), em Comandatuba. Na entrevista, ele tamb�m lamentou que o Pa�s viva uma falta de boa governan�a, n�o apenas no n�vel do governo federal, mas tamb�m dos governos estaduais e municipais.