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Estado de Minas

Pagar propina era f�cil, diz executivo de empreiteira


postado em 19/04/2015 06:00 / atualizado em 19/04/2015 08:25

Naira Trindade

Curitiba – Um mecanismo de avalia��o flex�vel de pre�os da Petrobras facilitava o pagamento de propinas nos contratos superfaturados da estatal, de acordo com o vice-presidente da Camargo Corr�a, Eduardo Hermelino Leite. Em depoimento prestado sob a condi��o de dela��o premiada, ele comentou o fato de a petroleira aceitar uma varia��o de at� 20% nos custos estimados dos projetos. Dentro dessa margem, eram embutidas propinas de 1% a 2%, segundo afirmou � Pol�cia Federal em depoimentos prestados em mar�o, que foram entregues na noite de sexta-feira � 13ª Vara Federal de Curitiba.


“Era f�cil, porque, em primeiro lugar, os volumes dos contratos junto � Petrobras eram significativos, de muitos milh�es ou bilh�es de reais”, disse ele, em uma das oitivas. Segundo Leite, quando o contrato era com a Diretoria de Engenharia da estatal, comandada por Renato Duque, ligado ao PT, a propina era de 1%. J� na de Abastecimento, dirigida por Paulo Roberto Costa, da cota do PP, era preciso pagar mais um 1%.


Leite disse que a Camargo pagou R$ 110 milh�es em propina apenas num per�odo de cinco anos, entre 2006 e 2012. E o valor pode ser maior, porque ele, que � funcion�rio da empresa desde 1994, n�o sabe se isso ocorreu anteriormente. O volume de subornos chegou a R$ 63 milh�es na Diretoria de Engenharia e a R$ 47 milh�es na de Abastecimento. Ele entregou uma planilha com os pagamentos da corrup��o. Disse que, da diretoria-executiva at� a presid�ncia da empreiteira, todos tinham conhecimento dos pagamentos de propina.


A corrup��o j� fazia parte do dia a dia da empresa e era embutida nos custos das obras. Fazia parte do neg�cio. O presidente da empreiteira, Dalton Avancini, confirmou a informa��o em outro depoimento em dela��o premiada. A Camargo usava falsos servi�os de consultoria do operador J�lio Camargo para mascarar os pagamentos. Avancini questionou o ent�o diretor Leonel Viana sobre o motivo desses gastos. “O pagamento dessa propina ‘fazia parte do jogo’”, disse Viana, de acordo com o depoimento do presidente da empresa, prestado em 10 de mar�o.


Leite diz que os diretores � quem cuidavam desse assunto, e n�o os acionistas. “A propina n�o era um tema tratado pelos acionistas, e sim um custo para a construtora”, afirmou em 13 de mar�o. “A propina era contabilizada como custo da Camargo Correa no fechamento da proposta, sendo que esse custo era absorvido pelos recebimentos que a construtora obtinha da Petrobras, pois estava tudo embutido na proposta”, detalhou Leite em 6 de mar�o. Se n�o pagassem os subornos, haveria problemas.


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