O presidente da Setal Engenharia e ex-conselheiro da Toyo Setal, Augusto Mendon�a Neto, afirmou nesta quinta-feira, durante depoimento � CPI da Petrobras, que, no per�odo em que manteve contratos com a estatal, repassou mais de R$ 70 milh�es ao ex-diretor de Servi�os Renato Duque e outros R$ 30 milh�es para Paulo Roberto Costa, que comandava a Diretoria de Abastecimento.
“No caso do [doleiro Alberto] Youssef, que recebia o dinheiro, ele indicou empresas que davam notas e com as quais eram feitos contratos de presta��o de servi�os que n�o eram realizados”, esclareceu.
De acordo com Mendon�a Neto, os valores eram relativos ao pagamento de propina. A empresa tinha dois contratos com a Petrobras, firmados a partir de 2007, depois de tr�s anos sem participar de licita��es da estatal.
“Ficamos fora porque passamos por uma crise financeira que gerou problemas em v�rios contratos com a estatal e com outras empresas. A Petrobras imp�s que s� receber�amos novos convites a partir da entrega de duas obras.”
O empres�rio acrescentou que a Toyo era uma parceira antiga da Setal e que, apenas ap�s o Pr�-Sal e o aumento dos investimentos da Petrobras, outras companhias vislumbraram oportunidade de entrar no Brasil e s� teriam como fazer isso como s�cias de outras empresas. A associa��o da Toyo-Setal ocorreu em 2012.
“A associa��o criou uma companhia nova, que partiu do zero, com novos contratos. O grupo conseguiu entrar na Petrobras, participando de licita��es com compet�ncia. Quando voltamos a ser convidados pela Petrobras, essa conjuntura [corrup��o] estava armada. Nossa participa��o foi por ades�o ao esquema j� existente”, destacou Mendon�a Neto.
O empres�rio, que j� explicou a motiva��o para dela��o premiada � CPI, voltou a falar sobre o inc�modo com a situa��o estabelecida pelas duas diretorias. “Sempre temi. Sinto que hoje estou fazendo a coisa correta”, concluiu.
Durante a audi�ncia p�blica, o presidente da CPI, deputado Hugo Motta, anunciou que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), encaminhou esta manh� � comiss�o todos os documentos sigilosos reunidos pela CPMI da Petrobras, que funcionou ano passado no Congresso Nacional.