Dilma nos EUA precisa p�r fim a pend�ncias, avalia Amcham

S�o Paulo, 26 - � grande a expectativa de empres�rios e da C�mara Americana de Com�rcio (Amcham) com a viagem da presidente Dilma Rousseff aos Estados Unidos. Marcada para o dia 30 de junho, a visita oficial da presidente brasileira traz a perspectiva de p�r um fim a pend�ncias em v�rios acordos entre Brasil e EUA e ainda de abrir um di�logo de coopera��o sobre outros temas, segundo o presidente da Amcham, Gabriel Rico.

Rico afirma que h� acordos entre os dois pa�ses que j� foram assinados, mas n�o ratificados pelo Congresso Nacional. Alguns datam de 2010, como � o caso do Acordo de Coopera��o de Defesa (DCA) e o General Security of Military Information Agreement (GSMIA), quando a presidente nem tinha assumido o comando do pa�s.

Outros acordos, diz o presidente da Amcham, j� expiraram. � o caso de um acordo na �rea de previd�ncia, que trata das contribui��es previdenci�rias feitas pelo trabalhador brasileiro que mora nos Estados Unidos e do trabalhador americano que reside no Brasil. � o caso tamb�m do acordo Open Skies, que flexibiliza a atua��o de companhias a�reas estrangeiras no Brasil e de brasileiras nos Estados Unidos, segundo o presidente da Amcham.

Rico afirma que a expectativa do empresariado tamb�m compreende o estabelecimento de novos acordos. Um deles, o PPH (Patent Prosecution Highway), agilizaria o registro de patentes no Brasil, aumentando a atratividade do Pa�s para o desenvolvimento de tecnologias e produtos. "O Brasil deveria negociar o PPH com os Estados Unidos, prioritariamente, mas tamb�m com outros pa�ses importantes, como a Alemanha, Jap�o, Coreia do Sul, o que levaria para uma redu��o substancial no tempo do registro de patentes no Brasil", diz o executivo.

Outro acordo esperado, o Global Entry, facilitaria a entrada de viajantes frequentes nos dois pa�ses. Esse acordo beneficiaria tanto executivos e empres�rios brasileiros quanto americanos. Este "fast track" para viajantes, os EUA j� t�m com Holanda, Coreia do Sul, M�xico e Panam�, segundo a c�mara.

"Um ambiente diplom�tico mais cordial facilita o avan�o desta agenda. Por isso, vemos a viagem (da presidente Dilma) com muito interesse", diz o dirigente da Amcham, a maior entre as 104 c�maras americanas de com�rcio existentes no mundo e que representa cerca de 4,7 mil empresas instaladas no Brasil - a maioria de capital nacional.

Com a viagem, Rico tamb�m espera que os dois governos construam condi��es de discuss�es aprofundadas sobre melhoria do com�rcio e dos investimentos em tr�s �reas: infraestrutura, educa��o, "especialmente ensino t�cnico", e energias alternativas. "Na �rea do agroneg�cio, tamb�m esperamos uma maior coopera��o", diz o executivo, citando a possibilidade de uma maior troca de tecnologias entre os dois pa�ses e do estabelecimento de uma converg�ncia regulat�ria, que extinga, por exemplo, as dificuldades na exporta��o de carne bovina brasileira para o mercado americano.

Para o presidente da Amcham, resolver essas pend�ncias e abrir um di�logo cooperativo entre os dois pa�ses s�o a��es essenciais nesse momento em que a maior economia do mundo est� prestes a fechar acordos com outras na��es. Os Estados Unidos devem se unir a grandes economias asi�ticas, a partir da Trans-Pacific Partnership, e j� dialogam para fechar um outro acordo, a Parceria Transatl�ntica de Com�rcio e Investimento (TTIP, na sigla em ingl�s), com a Uni�o Europeia. Rico diz que esses acordos envolvem facilidade de com�rcio e converg�ncia regulat�ria, duas quest�es ainda embrion�rias na rela��o entre EUA e Brasil. "O Brasil ainda � uma economia muito fechada", diz o executivo.

Rico salienta que s� o fato de a presidente do Brasil realizar a visita aos Estados Unidos � importante em si. "� um claro sinal de supera��o das dificuldades diplom�ticas entre os dois pa�ses", disse. A viagem � esperada h� dois anos. Em setembro de 2013, a presidente cancelou sua viagem aos EUA em outubro daquele ano em meio � revela��o de que o servi�o de intelig�ncia americano havia espionado brasileiros e empresas brasileiras. A visita de junho foi confirmada por Dilma e por Barack Obama durante a C�pula das Am�ricas.