Bras�lia, 06 - O Procurador-Geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, respondeu nesta ter�a-feira, 5, de forma indireta �s cr�ticas feitas a ele pelo presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Janot disse que n�o cabe ao Minist�rio P�blico estabelecer di�logo com as pessoas envolvidas em sua atua��o funcional. "� isso que tem que ser. � assim que eu vejo, o Minist�rio P�blico responde, n�o estabelecendo uma interlocu��o, um di�logo p�blico com quem quer que seja, mas o Minist�rio P�blico responde com atitude", disse o procurador-geral na abertura de uma premia��o realizada pela Associa��o Nacional dos Procuradores da Rep�blica (ANPR), em Bras�lia.
Janot tem evitado comentar os ataques que tem recebido de parlamentares investigados na Opera��o Lava Jato. A interlocutores, o procurador-geral tem dito que "enquanto eles (parlamentares) falam, eu trabalho e o processo continua andando".
Na manh� desta ter�a, Cunha disse que as investiga��es movidas contra t�m motiva��o pessoal de Janot. A fala do presidente da C�mara aconteceu um dia depois de o procurador-geral ter dito que v� "evid�ncias fortes" para investigar o deputado. Cunha disse ontem que foi "escolhido" por Janot para ser investigado por uma "querela pessoal". Na avalia��o de Cunha, o procurador-geral foi "contestado" publicamente e por isso insiste em mant�-lo como alvo da investiga��o. "Ele est� numa querela pessoal. N�o h� d�vida com rela��o a isso", concluiu. "Ele est� fazendo uma investiga��o pr�pria, insiste em me escolher para investigar", emendou.
Ainda no evento, Janot evitou responder diretamente as cr�ticas. "O Minist�rio P�blico faz e n�o fala, por mais dif�cil que seja a tarefa. Quanto mais dif�cil a tarefa, mas somos chamados a ser Minist�rio P�blico. Por mais dura que possa ser a nossa atua��o e a nossa obriga��o, o que nos faz fortes n�o � falar. O que nos faz fortes � agir de forma reta e simples como Minist�rio P�blico por isso � que nas nossas tarefas, por mais dif�ceis que sejam e hoje estamos enfrentando momentos com tarefas dif�ceis para todos n�s", disse Janot, em mensagem a procuradores.
Desde que as investiga��es da Lava Jato foram abertas, Janot tem evitado responder diretamente �s cr�ticas sobre as decis�es do Minist�rio P�blico Federal. Ele tem se valido de mensagens a procuradores e de reuni�es dos Conselhos dos quais participa, como o Conselho Nacional do Minist�rio P�blico (CNMP) para mandar um "recado" de forma mais sutil e indireta. "O Minist�rio P�blico responde a cr�ticas, responde as eventuais insatisfa��es no foro que lhe � pr�prio no foro em que o Minist�rio P�blico atua profissionalmente. O Minist�rio P�blico responde no foro judicial, ou no foro extrajudicial naquelas causas em que ele desenvolve a sua pr�pria atua��o", disse Janot.