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Estado de Minas

Cerver� diz que morou de gra�a em duplex de R$ 7,5 mi em Ipanema


postado em 06/05/2015 15:19

Curitiba e S�o Paulo, 06 - O ex-diretor de Internacional da Petrobras Nestor Cerver� afirmou na ter�a-feira, 5, � Justi�a Federal, em Curitiba, que morou dois anos sem pagar aluguel em um apartamento de R$ 7,5 milh�es, localizado na praia de Ipanema (RJ) - um dos metros quadrados mais caros do Brasil. O duplex de luxo est� registrado em nome da Jolmey do Brasil Administradora de Bens Ltda, uma filial da uruguaia Jolmey S/A, aberta pelo advogado Oscar Enrique Algorta Rachetti, no Uruguai.

Para a for�a-tarefa da Opera��o Lava Jato, Cerver� � o verdadeiro dono do im�vel. "O senhor n�o acha estranho o senhor morar dois anos de gra�a em um apartamento?", questionou o juiz federal S�rgio Moro, que conduz os processos da Lava Jato. "Mas eu n�o acho", respondeu. "Foi uma compensa��o."

Cerver� foi interrogado pelo juiz na a��o penal em que � r�u ao lado do advogado uruguaio Algorta e do lobista Fernando Ant�nio Falc�o Soares, o Fernando Baiano - acusados por crime de lavagem de dinheiro envolvendo a compra do apartamento, em 2009.

A Jolmey teria sido usada por Cerver� para ocultar o patrim�nio, originado de propina operada por Fernando Baiano, em nome do PMDB, na Diretoria de Internacional. Os recursos e a opera��o de lavagem teriam sido feitas por Algorta.

"Parte dos valores voltou ao Brasil em simula��o de investimentos na empresa Jolmey do Brasil Administradora de Bens Ltda, uma filial da uruguaia Jolmey S/A". A den�ncia do MPF aponta que as duas empresas eram de Cerver�, apesar de registradas em nome de terceiros.

A Jolmey do Brasil Administra��o de Bens Ltda foi aberta em novembro de 2008, em nome do advogado Marcelo Oliveira Mello - ex-jur�dico da Petrobras que trabalhou com Cerver�.

Segundo Cerver�, a Jolmey era de Algorta que, em 2008, prop�s que ele intermediasse neg�cios no Brasil no mercado imobili�rio. "Ele disse que representava clientes no Uruguai que queriam investir em im�veis no Rio."

"Assumi compromisso com Algorta, ele conversou com um cliente dele e fizemos esse acordo, ele comprou o apartamento por R$ 1,5 milh�o", declarou Cerver�.

Den�ncia do Minist�rio P�blico Federal informa que o apartamento no bairro de Ipanema, no Rio, foi adquirido pela Jolmey do Brasil por R$ 1,532 milh�o e depois reformado com R$ 700 mil. O im�vel est� avaliado atualmente em R$ 7,5 milh�es.

Segundo o MPF, desde o in�cio o apartamento pertencia a Cerver�. Depois da reforma, a propriedade foi alugada ao ex-presidente da estatal por R$ 3.650, valor abaixo do de mercado. Relat�rio da Receita Federal aponta que o apartamento teria sido alugado da Jolmey do Brasil entre 2009 e 2011.

"A loca��o teria iniciado em junho de 2009, pelo valor de R$ 3,5 mil mensais." Em 2011, o �ltimo aluguel registrado foi de R$ 4 mil. "Nos anos de 2012 e 2013, segundo Declara��o de Imposto de Renda de Cerver�, mesmo pagou � locadora o montante total de, respectivamente, R$ 9,8 mil e R$ 9 mil."

O ex-diretor afirmou que foi feito um acordo verbal, sem registro, de que ao final da reforma ele poderia comprar ou morar no im�vel pagando aluguel com pre�o de mercado - a a��o cita o valor de R$ 18 mil mensais.

Cerver� argumentou que o pagamento de aluguel era baixo, segundo ele, porque ele administrava as outras despesas do im�vel e que havia um acordo comercial de que ao final ele ou compraria o duplex ou passaria a loc�-lo pelo pre�o de mercado.

"N�o tinha dia certo para pagar aluguel, era uma rela��o diferenciada, era uma rela��o de investimentos", explicou o ex-diretor.

Ex-advogado da Petrobras

Cerver� confirmou que indicou o ex-advogado da Petrobras para Algorta para que fosse efetivado o neg�cio. Foi em seu nome que foi registrada a filial da Jolmey no Brasil. "Eu indiquei Marcelo, porque a ideia do Algorta era essa, criar uma empresa no Uruguai e uma subsidi�ria no Brasil que seria propriet�ria do im�vel desse cliente."

No papel Algorta era o presidente do Conselho de Administra��o da Jolmey S/A e, segundo o MPF, o "mentor intelectual" da opera��o que beneficiou o ex-diretor da Petrobras.

Mello foi ouvido pela Pol�cia Federal e confirmou que foi procurado h� sete anos por Cerver� e pelo advogado uruguaio Algorta para montar uma subsidi�ria brasileira da Jolmey. Segundo ele, o ex-diretor "tratou pessoalmente do assunto".

Numa troca de e-mail em poder da Lava Jato, h� registro de mensagem entre um funcion�rio do escrit�rio de Mello, de 2010, em que ele pede uma reuni�o com Cerver�, a quem trata de "dono da Jolmey" para que "a melhor estrat�gia seja tomada para mitigar o risco de exposi��o fiscal do cliente".

Suspeita

As declara��es de Cerver� em seu interrogat�rio foram consideradas suspeitas pelos investigadores da Lava Jato. No ano passado, pouco depois de ser deflagrada a Opera��a Lava Jato, um substituto foi colocado no lugar de Mello, como s�cio da Jolmey Brasil, e a fam�lia de Cerver� deixou o duplex em que moravam sem pagar aluguel desde 2011.


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