Bras�lia, 06 - A Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR) recebeu na noite desta quarta-feira, 6, os documentos obtidos na C�mara dos Deputados, que s�o parte das dilig�ncias solicitadas pelo �rg�o no inqu�rito do qual o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) � alvo.
O ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF, autorizou na segunda-feira, 4, dilig�ncias pedidas pela Procuradoria que resultaram na busca de um depoimento na C�mara. O pedido e a decis�o s�o sigilosos e tanto o STF quanto a PGR n�o quiseram comentar o teor do que foi pedido.
Procuradores, t�cnicos de inform�tica e um oficial de Justi�a do STF estiveram na C�mara entre a noite de segunda e a tarde de ter�a, 5, em busca de documentos que podem trazer novas pistas sobre o envolvimento de Cunha no esquema que desviou recursos da Petrobr�s.
A Procuradoria tomou conhecimento nas �ltimas semanas da exist�ncia de um documento na C�mara que poderia comprovar que partiu dele um requerimento alvo das investiga��es da Lava Jato. Investigadores buscavam informa��es sobre dois requerimentos feitos na C�mara em 2011, de autoria da ex-deputada federal Solange Pereira de Almeida (PMDB-RJ), hoje prefeita da cidade de Rio Bonito, no Estado do Rio de Janeiro.
A suspeita � de que as representa��es tenham sido arquitetadas por Cunha, com base em depoimento do doleiro Alberto Youssef, um dos delatores da Lava Jato. O doleiro disse ao Minist�rio P�blico que o presidente da C�mara seria um dos benefici�rios das propinas vindas do esquema envolvendo m um contrato de aluguel de um navio-plataforma das empresas Samsung e Mitsui. Ele teria encomendado os pedidos de auditoria dos contratos entre Mitsui, Samsung e Petrobr�s como uma "amea�a", ap�s o pagamento de propina ter sido suspenso. Cunha tem negado qualquer favorecimento no esquema.
Desespero
Ap�s a realiza��o de dilig�ncias na C�mara para buscar provas contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o peemedebista disse que as buscas demonstram "desespero" do procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, na tentativa de encontrar provas "para justificar algo que n�o aconteceu".
"� uma tentativa de procurar prova para justificar algo que n�o aconteceu. S�o circunst�ncias que mostram o desespero do procurador de tentar encontrar alguma coisa que possa tentar me incriminar", afirmou Cunha na tarde de hoje.
Cunha negou que qualquer material tenha sido recolhido em seu gabinete e disse ter ordenado que se "facilitasse" o acesso dos policiais federais � Casa. "O que foi feito aqui � absolutamente desnecess�rio. N�o precisa ser feito isso. Bastava mandar um of�cio, mandaria tudo que se pediu. Vir aqui buscar daquela forma o que vieram buscar... Bastava mandar um of�cio. N�o precisava de nada disso", afirmou.
Na tarde de hoje, a defesa de Cunha pediu ao Supremo Tribunal Federal acesso ao teor dos dados coletados na dilig�ncia realizada entre segunda e ter�a-feira. Ele tamb�m pediu acesso ao pedido da Procuradoria para realiza��o da dilig�ncia e � �ntegra da decis�o do ministro Teori Zavascki que autorizou a coleta. O advogado, Ant�nio Fernando de Souza, disse que o Supremo tem uma s�mula vinculante que garante "acesso amplo" � defesa aos elementos de prova coletados. "Considerando que as dilig�ncias j� foram conclu�das, vem o ora peticionante requerer, com suporte na S�mula Vinculante 14 deste Supremo Tribunal Federal, o acesso ao requerimento da Procuradoria-Geral da Rep�blica (e respectivos documentos) que fundamentou a decis�o de Vossa Excel�ncia, assim como todo o material produzido na oportunidade." (Colaborou Nivaldo Souza)