Bras�lia, 07 - O presidente da CPI da Petrobras, Hugo Motta (PMDB-PB), n�o descartou a possibilidade de colocar em vota��o j� na pr�xima quinta-feira, 14, a convoca��o do procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot. "Vivemos numa Rep�blica e ningu�m est� acima da lei", declarou o peemedebista.
Hoje, o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), aliado do presidente da C�mara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), protocolou o pedido para ouvir Janot sob a alega��o de que h� vazamento seletivo de informa��es da Opera��o Lava Jato e que os parlamentares precisam saber os crit�rios de investiga��o da Procuradoria Geral da Rep�blica (PGR). De acordo com o parlamentar, uma empresa de assessoria de imprensa teria sido contratada por R$ 500 mil, sem licita��o, para fazer os vazamentos aos jornalistas. Paulinho da For�a, como � conhecido, tamb�m protocolou um pedido para a quebra do sigilo telem�tico telef�nico do procurador-geral e do ministro da Justi�a, Jos� Eduardo Cardozo.
No momento em que Paulinho leu seu requerimento de convoca��o de Janot na sess�o da CPI, parte dos membros da comiss�o recha�aram a proposta, mas o assunto deve entrar na pauta de vota��es de requerimentos da comiss�o na semana que vem. Peemedebistas que estavam na sess�o apoiaram a iniciativa.
Motta disse que, se o requerimento ser� votado ou n�o, depender� de acordo entre os membros da comiss�o e que o plen�rio � "soberano". Na pr�tica, o presidente da CPI tem a prerrogativa de montar a pauta de vota��es. Aos jornalistas, o peemedebista disse que tratar� o assunto da mesma forma que os outros requerimentos.
Indicado por Cunha para presidir a CPI, Motta negou que fa�a "apologia" � convoca��o de Janot, mas fez quest�o de enfatizar que o procurador n�o � "melhor ou pior do que ningu�m", ou seja, estaria sujeito a convoca��o, assim como estaria o presidente do Senado e investigado na Lava Jato, Renan Calheiros (PMDB-AL), ou mesmo o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva. "Acredito que ele (Janot) n�o deve se constranger", afirmou.
Oitivas em Curitiba
Na pr�xima semana, os deputados se deslocar�o � Justi�a Federal no Paran� para ouvir 13 depoentes presos. Como Cunha n�o revogou o ato da Mesa que pro�be a oitiva de encarcerados nas depend�ncias da Casa, a CPI vai ouvir em dois dias Alberto Youssef, Mario G�es, Nestor Cerver�, Fernando Soares, Guilherme Esteves de Jesus, Adir Assad, Iara Galdino, Nelma Kodama, Ren� Luiz Pereira, Luiz Arg�lo, Andr� Vargas, Pedro Corr�a e Carlos Habib Charter.
Arrolados que estariam envolvidos com a parte do esquema de corrup��o na Petrobras que compromete o PT, como o ex-diretores Renato Duque e Paulo Roberto Costa, al�m do ex-tesoureiro petista Jo�o Vaccari Neto, foram ouvidos na C�mara. Motta, no entanto, negou que haja prote��o ao PMDB, um dos partidos investigados pela Opera��o Lava Jato. "N�o existe dois pesos e duas medidas", enfatizou.
Hoje, a CPI ouviu por seis horas o depoimento do presidente da Sete Brasil, Luiz Eduardo Guimar�es Carneiro. Ao final, o executivo disse esperar que a companhia criada para produzir sondas de explora��o do pr�-sal se recupere da crise desencadeada pela Lava Jato. "Tenho convic��o de que vamos superar este momento", finalizou Carneiro.