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Estado de Minas

For�a-tarefa da Lava-Jato oferece den�ncia contra quatro ex-deputados investigados

Pol�ticos tiveram participa��o no esquema de propina na Petrobras, que movimentou quase R$ 6,2 bilh�es


postado em 15/05/2015 06:00 / atualizado em 15/05/2015 07:29

Recepção de herói Com recepção de celebridade, o juiz federal Sérgio Moro, que conduz os processos da Operação Lava-Jato, participou ontem à noite, em São Paulo, do lançamento do livro Bem-vindo ao inferno, que conta a história de Vana Lopes, uma das vítimas do médico Roger Abdelmassih - Moro assina o prefácio da obra. Na livraria onde aconteceu o lançamento, na Avenida Paulista, manifestantes entoaram o hino nacional e gritaram
Recep��o de her�i Com recep��o de celebridade, o juiz federal S�rgio Moro, que conduz os processos da Opera��o Lava-Jato, participou ontem � noite, em S�o Paulo, do lan�amento do livro Bem-vindo ao inferno, que conta a hist�ria de Vana Lopes, uma das v�timas do m�dico Roger Abdelmassih - Moro assina o pref�cio da obra. Na livraria onde aconteceu o lan�amento, na Avenida Paulista, manifestantes entoaram o hino nacional e gritaram "Fora, PT" na chegada do magistrado. (foto: ALEX SILVA/ESTAD�O CONTE�DO)

Bras�lia – Pela primeira vez, desde o in�cio da Opera��o Lava-Jato, quatro pol�ticos que n�o det�m mais mandatos eletivos e, portanto, perderam o foro privilegiado, foram denunciados no esquema de corrup��o da Petrobras que pagou quase R$ 6,2 bilh�es em propinas a partir de um cartel de empreiteiras. Na tarde de ontem, considerado um dia simb�lico, os procuradores da Rep�blica que investigam a organiza��o criminosa montada para abastecer partidos pol�ticos e financiar campanhas eleitorais com dinheiro sujo ofereceram den�ncia � Justi�a Federal contra os ex-deputados Andr� Vargas (sem partido-PR), Luiz Arg�lo (SD-BA), Pedro Corr�a (PP-PE) e a filha dele, Aline Corr�a (PP-SP). As acusa��es indicam crimes de corrup��o, lavagem de dinheiro, peculato e organiza��o criminosa. Novas den�ncias contra esse mesmo n�cleo ainda v�o ser feitas.


Outros nove integrantes, sendo tr�s operadores financeiros e seis pessoas pr�ximas aos pol�ticos, tamb�m foram enquadrados. Destacam-se o doleiro Alberto Youssef, um dos principais delatores da quadrilha, o seu funcion�rio Rafael �ngulo, que fazia a entrega da propina, o ex-executivo da Ag�ncia Borghi Lowe Ricardo Hoffmann e os irm�os de Andr� Vargas, Milton e Leon Vargas. “Hoje � o primeiro dia em que se oferece acusa��es criminais contra pessoas que est�o dentro de n�cleos pol�ticos”, afirmou o procurador da Rep�blica Deltan Dallagnol, coordenador das investiga��es.


De acordo com a den�ncia dos procuradores, Vargas � suspeito de receber dinheiro por meio de duas empresas fantasmas. A LSI e a Limiar j� foram registradas em nome dele e hoje est�o oficialmente na m�o de seus irm�os. A Procuradoria-Geral da Rep�blica sustenta que o ex-deputado � o controlador das contas das firmas, apontadas como de fachada. S� uma teve um �nico funcion�rio registrado por curto per�odo de tempo.


Mesmo assim, receberam dinheiro de empresas vinculadas a �rg�os do governo, o Minist�rio da Sa�de e a Caixa. Na Sa�de, a ag�ncia de publicidade Borghi Lowe faturou R$ 126 milh�es para servi�os de comunica��o, subcontratando produtoras. Essas empresas ganharam R$ 2,6 milh�es da Borghi e mais R$ 320 mil da Propeg, outra contratada do minist�rio. Ao elaborar os v�deos, repassaram o b�nus de volume, mais conhecido no meio publicit�rio como BV, para LSI e Limiar. As produtoras informaram que fizeram o repasse a pedido da Borghi.


Os investigadores apontam que Arg�lo tinha uma esp�cie de sociedade com Youssef. Mensagens de celular trocadas entre os dois revelaram o grau de intimidade. Eles se tratavam como “amor” e “beb�”. “Ele criou rela��o de sociedade com Youssef. Muitas vezes, Alberto repassava dinheiro diretamente para Arg�lo”, salientou o procurador Paulo Galv�o, destacando que o ex-deputado foi 78 vezes ao escrit�rio do doleiro.

VIAGENS Segundo o Minist�rio P�blico Federal, em pelo menos 40 viagens, o ex-parlamentar utilizou recursos da C�mara dos Deputados, com custo total de R$ 55,2 mil. De acordo com o procurador, Arg�lo tentou viabilizar, por exemplo, um empr�stimo do Banco do Nordeste ao hotel de Youssef. Uma reuni�o chegou a ser agendada entre funcion�rios do doleiro e o banco no ano passado, por interven��o do ent�o deputado. “O valor n�o � t�o expressivo, R$ 55 mil. Mas moralmente � muito relevante, porque a gente v� um deputado federal utilizando recursos p�blicos em benef�cio pr�prio, em interesse il�cito”, disse Dallagnol.


Com rela��o a Pedro Corr�a, os crimes denunciados foram de corrup��o passiva, lavagem de dinheiro, peculato e organiza��o criminosa. “Pedro Corr�a era um dos respons�veis pela distribui��o interna do PP e recebeu valores espec�ficos em benef�cio pr�prio”, afirmou o procurador.
Durante a entrevista, Dallagnol cobrou uma mudan�a no sistema penal. “O total efetivamente devolvido foi por meio de colabora��o, dependendo sempre do final dos processos criminais. A devolu��o dos valores pode levar, 10, 15 20 anos. Enquanto n�o tivermos uma reforma do sistema recursal teremos per�odos (para recupera��o de dinheiro desviado) t�o grandes como esse.”

BLOQUEIO Ainda ontem, o MPF anunciou ontem que a Justi�a determinou o bloqueio de R$ 241 milh�es da construtora Camargo Corr�a e da Sanko Sider e outros R$ 302 milh�es da Galv�o Engenharia. As tr�s empresas s�o citadas na Lava-Jato. Somado com outras quantias retidas em abril, como os R$ 153 milh�es da Engevix, o  bloqueio das contas de construtoras chega a R$ 697 milh�es.

 

A Lava-Jato em n�meros

R$ 6,194 bilh�es
Estimativa total de propinas

R$ 6.770.634.501,77
Total geral de repara��o pedida (danos mais multas)

R$ 2.565.929.709,71
Total geral devolvido ou bloqueado

R$ 1.986.279.586,73
Total bloqueado

R$ 942.061.651,88
Total bloqueado no exterior

R$ 1.044.217.934,85
Total bloqueado no Brasil

R$ 579.650.122,98
Total devolvido por acordos

 

Os denunciados
e seus crimes

» Minist�rio P�blico denuncia parte do grupo pol�tico, dividido em tr�s n�cleos, do esquema de corrup��o na Petrobras.

1 – N�cleo Andr� Vargas

Andr� Luiz Vargas Il�rio, ex-deputado federal pelo PT

Corrup��o, lavagem de dinheiro, organiza��o criminosa
3 atos de corrup��o ativa, 64 atos de lavagem de dinheiro e um ato de organiza��o criminosa
Valor envolvido: R$ 1,1 milh�o

Demais integrantes
Leon D�nis Vargas Il�rio, irm�o do ex-parlamentar
Corrup��o, lavagem de dinheiro e organiza��o criminosa

Milton Vargas Il�rio, irm�o do parlamentar
Corrup��o, lavagem de dinheiro e organiza��o criminosa

Ricardo Hoffmann, ex-executivo da ag�ncia Borghi Lowe
Corrup��o, lavagem de dinheiro e organiza��o criminosa

2 – N�cleo Luiz Arg�lo


Luiz Arg�lo, ex-deputado federal pelo Solidariedade (SDD)
Corrup��o, lavagem de dinheiro e peculato.
10 atos de corrup��o, 10 atos de lavagem de dinheiro e 93 atos de peculato
Valor envolvido: R$ 1,6 milh�o
78 visitas ao escrit�rio do doleiro Alberto Youssef
40 viagens realizadas com recursos da C�mara dos Deputados

Demais integrantes
Alberto Youssef, doleiro e um dos principais delatores do esquema
Corrup��o e lavagem de dinheiro

Rafael �ngulo Lopez, subordinado a Youssef. Fazia a entrega do dinheiro sujo
Corrup��o e lavagem de dinheiro

Carlos Alberto Costa, advogado ligado a Youssef
Corrup��o e lavagem de dinheiro

3 – N�cleo Pedro Corr�a

Pedro Corr�a, ex-deputado federal pelo PP
Corrup��o passiva, lavagem de dinheiro e peculato
280 atos de corrup��o passiva, 569 atos de lavagem de dinheiro e 123 atos de peculato
Valor envolvido: R$ 398 mil

Demais integrantes
Aline Corr�a, ex-deputada
e filha de Pedro Corr�a
Peculato

Ivan Vernon, ligado ao PP, trabalhava na segunda secretaria da C�mara
Lavagem de dinheiro, peculato e organiza��o criminosa

M�rcia Danzi Corr�a de Oliveira, nora do ex-deputado Pedro Corr�a
Lavagem de dinheiro e organiza��o criminosa

Alberto Youssef, doleiro e um dos principais delatores do esquema
Lavagem de dinheiro

Rafael �ngulo Lopez, subordinado a Youssef
Lavagem de dinheiro

F�bio Corr�a Neto, filho do ex-deputado Pedro Corr�a
Lavagem de dinheiro e organiza��o criminosa


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