Empresa de delator est� ligada a R$ 10 bi em contratos da Petrobras

Curitiba e S�o Paulo - Contratos ativos da Petrobras com a UTC Participa��es - tanto individuais como em cons�rcios - somavam R$ 10 bilh�es em novembro de 2014, quando o dono da empresa, Ricardo Pessoa, foi preso pela Opera��o Lava-Jato. Apontado como coordenador do cartel de empreiteiras que fatiava obras na estatal mediante pagamento de propinas, ele assinou na semana passada acordo de dela��o premiada com a Procuradoria-Geral da Rep�blica e, nos pr�ximos dias, come�a a colocar no papel o que aceitou falar em troca de redu��o de pena.

O acordo de dela��o de Pessoa faz parte dos inqu�ritos que investigam pol�ticos no Supremo Tribunal Federal. Mas a for�a-tarefa da Lava-Jato que atua em Curitiba considera o dono da UTC pe�a fundamental tamb�m para a produ��o de novas provas sobre o cartel.

Para os investigadores, Pessoa pode trazer � tona informa��es sobre outras �reas e obras da Petrobras, como a constru��o do Complexo Petroqu�mico do Rio de Janeiro (Comperj) e os contratos do setor naval envolvendo estaleiros e plataformas, al�m de contrata��es de outras estatais.

Ao todo, a UTC fechou contratos com a Petrobras entre 2005 e 2014, individualmente ou integrando cons�rcios, de R$ 14,6 bilh�es e US$ 48 milh�es, segundo levantamento da Procuradoria Geral da Rep�blica. Em novembro de 2014, no momento da pris�o de Pessoa, estavam ativos contratos individuais no valor de R$ 4,2 bilh�es, al�m de R$ 5,8 bilh�es referentes a obras e servi�os feitos por cons�rcios.

Servi�os

Nesta semana, os trabalhos da Lava-Jato em Curitiba se concentram nos processos relacionados � Diretoria de Servi�os, que foi comandada por Renato Duque e da qual teriam sa�do os principais repasses ao PT, por meio do ex-tesoureiro Jo�o Vaccari Neto. Ambos est�o presos pela Pol�cia Federal em Curitiba. Parte dos R$ 10,1 bilh�es em contratos da UTC com a Petrobras envolvia a �rea em que Duque atuava.

Segundo den�ncias apresentadas � Justi�a Federal, 16 empresas formaram um cartel que pagava propinas de 1% a 5% em contratos com a Petrobras para PT, PMDB e PP, por meio de diretores indicados pelas legendas. Pessoa, que s� deixou a presid�ncia da UTC ap�s ter sido preso pela PF em 14 de novembro, seria o respons�vel por coordenar o grupo de empreiteiras.

H� 20 dias, o dono da UTC foi para pris�o domiciliar, monitorado por tornozeleira eletr�nica, por decis�o do relator da Lava-Jato no Supremo, ministro Teori Zavascki.

Antes da dela��o, Pessoa negava as acusa��es. Procurada ap�s a assinatura do acordo, a assessoria de imprensa da UTC disse que a empresa "vem adotando todas as medidas para preservar sua capacidade de produ��o e competitividade".