S�o Paulo, 19 - O governador do Rio Grande do Sul, Jos� Ivo Sartori (PMDB), disse nesta ter�a-feira, 19, a empres�rios na capital paulista que n�o cabe a ele esconder a situa��o financeira do Estado que governa. "Vamos terminar o ano com um d�ficit de R$ 5,4 bilh�es, o que representa tr�s folhas de pagamento do Estado (em todas as esferas do funcionalismo). N�o me cabe esconder isso, at� porque me elegi com o compromisso de dizer a verdade", afirmou h� pouco.
Sartori disse que na pr�xima semana vai enviar as primeiras medidas e projetos estruturantes de ajuste para as contas do Estado, com cumprimento de metas, mas n�o deu maiores detalhes sobre as propostas. "O Rio Grande tem rumo, sabemos o tamanho do desafio, n�o � desafio para um homem s�. Vamos arrumar nossa casa, olhar para frente e buscar construir o futuro que todos n�s precisamos", disse.
Na semana passada, o governo do Rio Grande do Sul anunciou o atraso, pela segunda vez, no pagamento de uma parcela de R$ 280 milh�es com a Uni�o. Em abril, quando deu o calote na parcela da d�vida com a Uni�o pela primeira vez, Sartori havia dito que o atraso n�o se repetiria. At� o momento, ele n�o mencionou os atrasos na apresenta��o que faz em S�o Paulo.
Sartori relatou aos empres�rios medidas tomadas por seu governo at� aqui, como contingenciamento de 35% dos cargos de confian�a e redu��o de 30 secretarias para 19, al�m do adiamento de seis meses de pagamentos que estavam atrasados. "Tem que ter coragem para tomar as atitudes necess�rias", disse, ao defender o ajuste fiscal promovido pelo governo estadual
No encontro, promovido pela revista Exame, o governador falou sobre a crise em um contexto que, segundo ele, extrapola o Rio Grande e at� o Brasil. Sartori disse que h� um "esgotamento" pol�tico, econ�mico e social, no Brasil e no mundo. E defendeu uma l�gica de Estado m�nimo, em que o Estado n�o atrapalhe investimentos do setor privado. Sartori se disse favor�vel a uma mudan�a estrutural modernizadora do poder p�blico.
Ele tamb�m disse genericamente que vai apoiar as iniciativas de acabar com a guerra fiscal entre estados e munic�pios. "Estamos apoiando a postura nacional da mudan�a da guerra fiscal do Pa�s." Sartori se disse favor�vel a uma "equaliza��o" tribut�ria, mesmo que seja inicialmente ruim para o Rio Grande do Sul.
Reelei��o
Sartori disse que provavelmente ser� mais um governador que n�o ser� reeleito no Estado - desde da institucionaliza��o da reelei��o no Brasil, nenhum governador ga�cho se reelegeu. Em palestra a empres�rios em S�o Paulo, Sartori foi questionado sobre essa situa��o curiosa. "Se voc� est� preocupado comigo, provavelmente vai ver mais um que n�o ser� reeleito", respondeu.
O governador disse n�o se mover por ambi��o eleitoral. "At� hoje a ficha n�o caiu totalmente (de ter sido eleito governador), mas sei o papel que tenho que desempenhar. Consegui constituir uma boa equipe e essa equipe me d� muita alegria para enfrentar o desafio e oferecer esperan�a."