S�o Paulo - O capit�o da reserva da Marinha S�rgio Luiz Zorowich, um dos l�deres dos manifestantes que pedem uma interven��o militar no Brasil, foi intimado a depor em um inqu�rito da Pol�cia Federal que, segundo ele, tem como objetivo enquadrar os defensores da volta do regime militar na Lei de Seguran�a Nacional (LSN).
Segundo ele, sua advogada apurou na Pol�cia Federal que o objetivo � enquadrar defensores da interven��o militar no artigo 23 da Lei de Seguran�a Nacional, que prev� pena de um a quatro anos de deten��o para quem incitar "subvers�o da ordem pol�tica ou social" ou "animosidade entre as For�as Armadas ou entre estas e as classes sociais ou as institui��es civis".
Procurada por meio da assessoria de imprensa, a PF se limitou a dizer que n�o comenta investiga��es em andamento.
Zorowich concentra sua atua��o nas redes sociais, onde tem milhares de seguidores e publica mensagens nas quais pede a a��o imediata das For�as Armadas para depor o governo do PT - e chega a vincular a presidente Dilma Rousseff a grupos criminosos como o PCC ou terroristas como o Estado Isl�mico.
Para ele e seus seguidores, a tese do impeachment de Dilma defendida pela oposi��o � muito branda. Em uma dessas mensagens, sobre a Opera��o Lava Jato, escreveu: "Que indiciamento que nada, vamos derrubar o governo pela for�a das massas e com apoio dos quart�is".
Indagado se as postagens n�o se enquadram no incitamento proibido pela lei, Zorowich respondeu: "N�o deixa de ser, n�o vou desmentir".
A Lei de Seguran�a Nacional foi criada durante a ditadura militar para dar cobertura legal �s a��es das for�as de repress�o que investigavam, prendiam e torturavam integrantes de grupos contr�rios ao regime.
A pr�pria presidente Dilma Rousseff foi enquadrada na LSN ao ser presa em 1970, quando militava no grupo armado VAR-Palmares. "N�o deixa de ser uma ironia que eu, defensor da interven��o militar, seja enquadrado em uma lei criada durante o regime", disse Zorowich.