S�o Paulo, 23 - O assessor especial da Presid�ncia e um dos fundadores do PT, Marco Aur�lio Garcia, se incomodou com o baixo qu�rum dos debates promovidos neste s�bado, 23, na etapa estadual do congresso do PT, em S�o Paulo. O evento � preparativo para o congresso nacional da legenda, que reunir� delegados em 11, 12 e 13 de junho em Salvador. Garcia acredita que o baixo comparecimento � reflexo da fragilidade das lideran�as partid�rias petistas.
"Estamos com dire��es fr�geis em todos os n�veis. Qual a elabora��o que o partido tem hoje? Ou isso aqui aconteceu a despeito da dire��o?", questionou, cobrando a responsabilidade da dire��o na baixa mobiliza��o vista no evento. "Quando digo que tem, a essa hora, petistas e ex-petistas reunidos em outros lugares, discutindo e discutindo coisas s�rias, significa tamb�m que a institucionalidade (do partido) est� fragilizada", disse.
Marco Aur�lio Garcia participou da mesa de debate na manh� e in�cio da tarde deste s�bado, 23, ao lado de lideran�as petistas e de movimentos sociais. Participaram quadros como o presidente da Central �nica dos Trabalhadores de S�o Paulo (CUT-SP), Adi dos Santos, e o dirigente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Gilmar Mauro.
Esse tipo de evento que, no passado, reunia militantes contados �s centenas pelo PT, hoje re�ne dezenas. A organiza��o inclusive retirou metade das cadeiras que estavam distribu�das pela quadra dos Banc�rios, local tradicional dos eventos petistas, por causa do baixo qu�rum. Para Garcia, a recupera��o da for�a institucional do PT n�o passa por reformular o chamado PED (processo de elei��es diretas do partido na escolha de dirigentes). "Isso � uma bobagem", comentou sobre a discuss�o crescente entre os partid�rios.
Garcia acredita que a solu��o tem de ser substantiva, a partir de debates, e n�o pela via burocr�tica. "A lideran�a melhora se a institucionalidade for fortalecida n�o de forma burocr�tica, mas de forma substantiva. Mais debate. O PT sempre foi o partido do debate. Voc�s inclusive, da imprensa, criticavam que tinha debate demais, eu acho que nos �ltimos anos houve debate de menos", afirmou.
O fundador petista disse ainda que h� desvios no uso do PED como haveria com outros sistemas - a cr�tica de algumas correntes � que a elei��o direta tem privilegiado a elei��o de dirigentes que t�m mais recursos para as campanhas internas. "Os argumentos usados contra o PED podem ser usados contra outros sistemas. Teve 'trambicagem' no PED? Claro que teve, eu sei disso, todo mundo sabe. As mesmas 'trambicagens' voc� pode ter no sistema de elei��o de delegados."
Garcia sugere que o partido precisa pensar suas formas de controle de financiamento e filia��o. Ele sugere, por exemplo, que se fa�a um sistema de desfilia��o e refilia��o de todos os petistas todos os anos. As taxas a serem pagas por refilia��o a cada ano seriam uma forma mais transparente de financiamento e uma forma at� de o partido saber se est� conseguindo atrair e manter seus filiados, argumenta. Segundo Garcia, o modelo � adotado por agremia��es socialistas e comunistas na Europa.
Debates
As etapas estaduais do congresso do PT, o quinto na historia do partido, n�o t�m poder deliberativo como ter� o encontro nacional. A reuni�o de hoje em S�o Paulo focou em debates sobre o PED e sobre o fim do financiamento empresarial de campanhas, al�m das propostas para o partido se reestruturar ap�s passar por esta que � a maior crise desde a sua funda��o.
O espa�o dado a correntes e movimentos sociais para falarem tamb�m foi usado para dar coro �s reclama��es sobre como foi feito e como foi divulgado o pacote de ajuste fiscal do governo Dilma Rousseff. Houve at� gritos de "Levy pede pra sair e leva com voc� o FMI".
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Baixo qu�rum em evento do PT reflete 'fragilidade', diz Marco Aur�lio Garcia
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