
Em entrevista ao jornal mexicano "La Jornada", publicada neste domingo, 24, a presidente Dilma Rousseff afirmou que pedidos de impeachment contra ela s�o "sem base real" e que ela n�o tem "nada a temer". A presidente falou tamb�m dos esc�ndalos da Petrobras, argumentando que foram provocados por "apenas quatro dos 90 mil empregados". Destacou, no entanto, que a Petrobras "� t�o importante para o Brasil como a Sele��o". Para ela, "se a Sele��o Brasileira � a p�tria de chuteiras, a Petrobras � a p�tria com as m�os sujas de �leo".
"(O impeachment) � um elemento da Constitui��o, est� l� escrito. Agora, o problema do impeachment � sem base real. E n�o � um processo, n�o � algo, vamos dizer assim, institucionalizado. Eu acho que tem um car�ter muito mais de luta pol�tica (...) Ou seja, � muito mais esgrimido como uma arma pol�tica (...) Agora, a mim n�o atemorizam com isso. Eu n�o tenho temor disso, eu respondo pelos meus atos", declarou a presidente, que embarca na amanh� para uma visita de dois dias ao M�xico.
Ao recha�ar a bandeira do impeachment contra ela, a presidente lembrou que os ex-presidentes Luiz In�cio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso tamb�m sofreram press�o do mesmo tipo. Mas evitou qualquer tipo de compara��o ao ex-presidente Fernando Collor de Mello, que sofreu processo e foi afastado. "Ele foi tirado", lembrou.
Ao falar do esc�ndalo de corrup��o envolvendo a Petrobras, a presidente voltou a responsabilizar apenas alguns funcion�rios pelos malfeitos. "a Petrobras tem 90 mil funcion�rios, quatro funcion�rios foram e est�o sendo acusados de, muito provavelmente, ningu�m pode falar antes de serem condenados, mas todos os ind�cios s�o no sentido de que s�o respons�veis pelo processo de corrup��o". Mas este problema, ressalvou, n�o impediu que a empresa tenha ganho, na OTC, que todos n�s sabemos que � uma esp�cie de Oscar da �rea de petr�leo e g�s.
A ida de Dilma ao M�xico � uma tentativa de ampliar o com�rcio entre os dois pa�ses e atrair empresas mexicanas para o Brasil. Dilma falou ainda da import�ncia do acordo automotivo entre os dois pa�ses, ressaltando que ele mostra que "� poss�vel fazer um acordo e os dois pa�ses ganharem".
Na entrevista, concedida na sexta-feira, 22, a presidente assegurou que n�o haver� mudan�as no regime de partilha para explora��o do pr�-sal. Questionada se era "zero" o risco de voltar ao velho modelo de concess�o, respondeu: "eu acho que n�o � zero. Enquanto eu estiver na Presid�ncia, � menos mil, n�o � zero, � diferente esse risco. O modelo de partilha � um modelo baseado nas melhores pr�ticas internacionais". Para ela, "quem achar que o modelo de partilha � algo ideol�gico est� equivocado. O modelo de partilha � a defesa dos interesses econ�micos da popula��o deste pa�s, que � dona das suas riquezas naturais, em especial do petr�leo".
Dilma defendeu o financiamento do BNDES para a constru��o do Porto de Mariel, em Cuba. Em sua fala, deixou claro, mais uma vez, que o banco seguiu uma orienta��o de governo. "N�o h� como o BNDES financiar sem cumprir a pol�tica. N�s achamos que o processo de evolu��o das rela��es democr�ticas em Cuba passa por apostar na abertura, passa por apostar no investimento l�, passa por apostar nessa rela��o comercial entre Estados Unidos e Cuba", comentou.
A presidente falou ainda sobre as rela��es com os Estados Unidos. Dilma estar� com Barack Obama, em julho. Ela disse que viver�, "um novo momento", apesar dos problemas gerados pelas den�ncias de espionagem da NSA (Ag�ncia de Seguran�a Nacional dos EUA) contra o governo brasileiro, classificando este tema como encerrado.
"O passado � o seguinte, n�o foi esquecido, tanto � que foi registrado", comentou, acrescentando que "a compreens�o � que o governo Obama, nas suas atribui��es, tomou as provid�ncias cab�veis, do que fizeram anteriormente. � essa a nossa convic��o".