S�o Paulo - O ex-ministro e fundador do PSB Roberto Amaral est� capitaneando a forma��o de uma Frente Popular pelo Brasil para se contrapor ao que classifica como avan�o das for�as conservadoras. A ideia � voltar a pensar e formular propostas em defesa do Pa�s com setores da sociedade, como pol�ticos, sindicalistas, intelectuais, empres�rios e representantes dos movimentos sociais. Um ato p�blico na segunda semana de junho, em S�o Paulo, marcar� o pontap� inicial da iniciativa e as linhas gerais de sua atua��o, que est�o sendo discutidas.
O movimento j� chegou a consenso sobre alguns pontos: a luta pela democracia no seu significado mais amplo, a defesa da soberania nacional como pilar de qualquer programa pol�tico, o fim de todas as desigualdades e discrimina��es, a defesa e aprofundamento dos direitos dos trabalhadores e a luta pela retomada do desenvolvimento com distribui��o de renda.
Amaral disse que n�o h� monop�lio e tr�s tend�ncias est�o sendo discutidas de forma mais abrangente. Uma delas defende a discuss�o a partir das siglas partid�rias, outra n�o discute a quest�o partid�ria, mas afirma que a frente tem de ser de esquerda e n�o pode ignorar o processo eleitoral, e a terceira diz que ela deve ser ampla, nacional e popular e n�o se restringir apenas a uma frente de esquerda. O ex-ministro do governo Lula destaca que a iniciativa � suprapartid�ria e ressalta os convites para o ex-governador e jurista Cl�udio Lembo e o ex-ministro de FHC Luiz Carlos Bresser-Pereira.
Alguns integrantes do PT, como o ex-governador e ministro Tarso Genro e o deputado federal Alessandro Molon (PT) j� participam dos debates em torno da constru��o dessa frente. Para Amaral, o avan�o da direita e das ideias retr�gradas s� pode ser detido com a uni�o de for�as.
Para Roberto Amaral, ao dizer que a frente � popular, fica estabelecida que a sua base deve ser a sociedade. "N�o exclui os partidos, mas � fundamental a participa��o de setores da sociedade, precisamos voltar a falar com o povo, os trabalhadores e os estudantes." Sobre a crise que atinge a esquerda brasileira, Amaral diz que ela n�o nasceu com a crise do PT, mas se tornou mais aguda com ela. Segundo ele, o estopim � uma crise de valores.
Os primeiros encontros para a forma��o dessa frente come�aram em novembro do ano passado, no Rio, em Bras�lia e S�o Paulo. Em mar�o, num encontro no Sindicato dos Professores do Rio, Amaral reuniu os ex-ministros do governo Lula Jos� Gomes Tempor�o e Luiz Dulci, que hoje � diretor do Instituto Lula, al�m de empres�rios, economistas e acad�micos. No m�s passado, houve outro encontro no Rio, no Clube de Engenharia, reunindo mais adeptos. E na segunda semana de junho, no ato p�blico em S�o Paulo, a frente dever� ser formalizada.