Bras�lia, 28 - A bancada do PT na C�mara dos Deputados saiu rachada de uma reuni�o de quase duas horas para decidir se o partido entrar� ou n�o com mandado de seguran�a no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a aprova��o da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que incluiu na Constitui��o o financiamento empresarial a partidos pol�ticos.
O Broadcast Pol�tico, servi�o de not�cias em tempo real da Ag�ncia Estado, apurou que metade da bancada petista, composta por 63 parlamentares, foi contra � a��o sugerida pelo deputado Alessandro Molon (RJ). Esse grupo argumentou que o partido est� se expondo muito em confrontos diretos com o presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que manobrou ontem para conseguir aprovar a emenda regularizando o financiamento privado.
O apelo dessa parcela do PT est� sendo ignorado pela outra metade da bancada petista, que busca o apoio de deputados de outros partidos para formular o mandado de seguran�a como uma proposta pluripartid�ria. Cerca de 30 deputados do PT, PSB, PSOL e PCdoB assinaram o texto formulado por Molon. O petista tamb�m conversa com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que j� apresentou uma a��o direta de inconstitucionalidade ao STF para proibir doa��es de empresas.
Golpe
O vice-l�der do PT, Henrique Fontana (RS), defendeu a a��o por considerar "ilegal" a vota��o realizada ontem. "Esta vota��o, tenho convic��o, n�o ter� valor. Foi uma vota��o ilegal, eivada de inconstitucionalidades e vamos tanto disputar no segundo turno (na C�mara) como em outros espa�os onde possamos anular uma vota��o ilegal como essa", afirmou.
Segundo ele, a emenda aprovada incorre no risco de doa��es ocultas, uma vez que empresas passariam a doar apenas a partidos e n�o aos candidatos, facilitando o controle das legendas por companhias privadas. Fontana disse tamb�m que a mudan�a aumenta o poder das burocracias partid�rias de decidirem quem querem ou n�o eleger.
Fontana acusa Cunha de "golpe" ao insistir em pautar uma mat�ria vencida. A C�mara apreciou quatro emendas sobre modalidades de financiamento de campanha at� aprovar a proposta sugerida pelo l�der do PRB, Celso Russomanno (SP). O presidente havia dito em plen�rio, na noite de ter�a-feira, que o financiamento era tema vencido e n�o poderia mais ser apreciado. Mas, na quarta-feira, fez uma manobra para recolocar as doa��es privadas em pauta.
"O presidente promoveu um golpe. Promoveu uma vota��o ilegal e, obviamente, existe um grupo de pessoas e entidades que pensa em usar todos os mecanismos que tiverem para anular essa vota��o", disse.