Ivo Corr�a diz que financiamento privado para partidos produz efeitos 'perversos'

Bras�lia, 28 - O subchefe para assuntos jur�dicos da Casa Civil, Ivo Corr�a, utilizou a sua conta pessoal no Facebook para criticar a decis�o da C�mara dos Deputados, que aprovou nesta quarta-feira, 27, a inclus�o na Constitui��o do financiamento de empresas a partidos pol�ticos e doa��es de pessoas f�sicas a candidatos.

"Os efeitos perversos da regra (hoje vigente) de que empresas possam doar recursos a partidos e candidatos est�o a� para qualquer um ver. S�o in�meros os exemplos de corrup��o e esc�ndalos que ocorreram nas �ltimas 3 d�cadas simplesmente pelo fato de que as empresas s�o a principal fonte de financiamento da nossa democracia e, � claro, como qualquer neg�cio orientado pelo lucro, elas querem retorno dos seus investimentos!", escreveu Corr�a no Facebook, em coment�rio postado por volta das 10h30 desta quinta-feira.

O resultado da vota��o na C�mara representou uma vit�ria do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que queria colocar na Constitui��o a regra da doa��o privada.

"Foram decisivos na aprova��o dessa Emenda Constitucional os votos dos partidos chamados nanicos e da oposi��o ao Governo Dilma (DEM e PSDB; PPS votou contra). Acho especialmente incompreens�vel o posicionamento do PSDB a esse respeito. Sem os 46 votos do PSDB, a emenda teria sido rejeitada", prosseguiu o subchefe para assuntos jur�dicos da Casa Civil.

"J� conversei com muitos amigos e conhecidos que militam no PSDB, tentando promover alguma fa�sca que ajude a mudar essa posi��o, pois acho totalmente incoerente com os princ�pios que orientaram a funda��o daquele partido e com as suas principais bandeiras p�blicas atuais", comentou Ivo Correa, que tamb�m postou um link de reportagem da revista "Carta Capital" com a lista dos deputados que aprovaram a doa��o empresarial de campanha.

Procurada pela reportagem, a assessoria da Casa Civil informou que a opini�o expressada por Ivo Corr�a no Facebook � "pessoal" e n�o reflete a posi��o da Pasta. O servidor dever� deixar o cargo em junho para fazer um mestrado em Harvard.