S�o Paulo, 28 - O presidente nacional do PT, Rui Falc�o, afirmou na noite desta quinta-feira, 28, que quem dirige a pol�tica econ�mica � a presidente Dilma Rousseff e n�o o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e que houve um erro de comunica��o do governo com a sociedade ao n�o explicar melhor as Medidas Provis�rias que alteram os benef�cios trabalhistas.
"Quem d� a ultima palavra na pol�tica econ�mica � a presidente Dilma, n�o � o ministro Levy", disse durante um bate-papo virtual como militantes. "Eu acho que houve erro de comunica��o do nosso governo ao tratar corre��es em alguns excessos, erros no processo previdenci�rio e trabalhista e considerar isso um ajuste fiscal", afirmou.
Segundo Falc�o, o contingenciamento e a "corre��o" na pol�tica de desonera��es s�o medidas que fazem parte do ajuste. "Havia algum tipo de excesso, t�nhamos uma conjuntura de pleno emprego e o seguro-desemprego crescendo", completou. Para o presidente do PT, no entanto, todas as altera��es precisam ser negociadas com o movimento sindical. "O di�logo com centrais tem de ser permanente."
Al�m da comunica��o, o presidente do PT tamb�m fez cr�ticas � condu��o da pol�tica monet�ria do governo. Segundo ele, "n�o h� necessidade" de se manter uma pol�tica de eleva��o de juros. "A taxa de juros n�o pode continuar crescendo. N�o faz sentido, o juro tem um efeito corrosivo na economia", afirmou, ressaltando que o clima atual � de queda de produ��o e de economia enfraquecida. "Temos o risco, inclusive, de ter um semestre recessivo", afirmou.
Reforma pol�tica
No bate-papo com internautas, Falc�o comentou ainda da postura do presidente da C�mara, Eduardo Cunha, que depois de ter dito em plen�rio, na noite de ter�a-feira, 26, que o financiamento era tema vencido e n�o poderia mais ser apreciado, na quarta-feira, 27, conseguiu recolocar as doa��es privadas em pauta.
"Todos perceberam que houve uma manobra, um rompimento de acordo, por meio do qual se instituiu na Constitui��o brasileira, se pretende instituir, o financiamento empresarial das campanhas e dos partidos, que a nosso ver � um dos males da pol�tica brasileira", afirmou. Falc�o disse ainda que foi importante derrotar sistema do "distrit�o", no qual seriam eleitos os deputados e vereadores mais votados, sem considerar o n�mero de votos recebido pelos partidos ou coliga��es, como � atualmente.
"Foi mantido o voto proporcional contra opini�o do presidente da C�mara e de outros deputados", disse. "� preciso continuar o debate e vamos continuar defendendo uma verdadeira reforma pol�tica", afirmou. "O Parlamento, tal como est� a� hoje, n�o far� a reforma pol�tica com profundidade."
O presidente do PT refor�ou a posi��o do partido de defesa do financiamento p�blico de campanha e afirmou que a quest�o do financiamento empresarial ainda passar� por outras avalia��es - uma na C�mara e mais duas no Senado. "At� que isso n�o ocorra vamos tentar mudar os votos no Congresso Nacional mostrando para sociedade os males do financiamento empresarial", disse. "Se isso afinal for aprovado e inscrito na constitui��o n�s vamos debater no nosso congresso que atitudes vamos tomar", completou.
Grandes fortunas
Falc�o voltou a defender a taxa��o de grandes fortunas e heran�as. "� preciso retirar o peso dos impostos sobre a produ��o e os sal�rios e fazer incidir impostos sobre a riqueza, o patrim�nio e as grandes heran�as", disse. "A transmiss�o das grandes heran�as � onde se perpetua a desigualdade no mundo todo."
Para o petista, outra forma de ajudar no ajuste fiscal pretendido pelo governo poderia ser a volta da CPMF, o que atingiria somente 13 milh�es de pessoas. "N�o dava nem 10% da popula��o. A CPMF acabou porque ela era transparente", disse.